Encontramos esta súplica no livro do profeta Habacuque (3.2). É uma súplica extraordinária e tão necessária hoje como o foi nos dias do profeta. Ela faz parte da oração feita pelo profeta em forma de cântico, e é composta de quatro frases.
A primeira
frase diz: “Tenho ouvido as tuas declarações”. Isto se refere a situação em que
Judá se encontrava, a saber, uma situação de iniqüidade (1.1-4), Jeoaquim era o
rei de Judá e “ele fez o que era mau perante o Senhor” (2Rs 23.36-37); e de
castigo da parte de Deus por intermédio das mãos dos caldeus (1.5-11).
A
segunda frase diz: “me sinto alarmado”. Ou seja, a declaração de castigo da
parte de Deus sobre Judá produziu temor no coração de Habacuque. De fato,
alarmou muito o profeta, a ponto de ele orar questionando a Deus (1.12-17). A
resposta de Deus à sua oração encontra-se registrada a seguir (2.1-19).
A
terceira frase, “aviva a tua obra, ó Senhor, e faze-a conhecida” expressa o desejo
do profeta em relação a obra de Deus, a saber, formar para si um povo. Com ela
Habacuque suplica a Deus que não se esqueça de seu propósito, antes, lhe dê
novo alento, nova dinâmica, levando-o a sua completa realização, e que torne
sua obra conhecida, mediante provas experimentais, como obra de Deus.
A
quarta frase, “na tua ira, lembra-te da misericórdia”, apresenta a súplica de
Habacuque, a qual reconhece que Deus está justificado em irar-se contra Judá,
que o povo merecia ir para o cativeiro; porém, reconhece também que o Senhor é
misericordioso, roga para que ele assim proceda para com seu povo e que não o
abandone.
Vivemos
numa situação semelhante. A iniqüidade tem dominado a vida das pessoas,
inclusive de crentes, e o castigo de Deus é iminente. O Senhor tem todos os motivos
para estar irado contra nós. Esta situação deve causar temor em nós, deve nos
alarmar. Isto, por sua vez, deve nos levar a clamar por avivamento e por
misericórdia. O propósito de Deus, de formar um povo para si, ainda continua de
pé. Sua obra, a Igreja, o povo de Deus, necessita de novo ânimo, de novo
dinamismo. Clamemos, então, “Aviva a tua obra, ó Senhor, e tem misericórdia!”