segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Juízo Final


            A certeza de que um dia todos comparecerão perante o tribunal de Deus para o juízo final é o contexto da mensagem da graça salvadora do Novo Testamento. O apóstolo Paulo, não menos que Jesus, enfatiza essa certeza. Segundo ele, Jesus nos salva da “ira vindoura” (1Ts 1.10) no “dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2.5). Por toda parte, nas Escrituras, a “indignação” e a “ira” de Deus têm um caráter judicial; essas palavras apontam para o Deus criador como um santo e ativo Juiz do pecado. A mensagem do juízo vindouro sobre toda a humanidade, tendo Jesus Cristo como completando a obra do seu Reino mediador atuando como Juiz em nome do Pai, está presente em todo o Novo Testamento (Mt 13.40-43; 25.41-46; Jo 5.22-30; At 10.42; 2Co 5.10; 2Tm 4.1; Hb 9.27; 10.25-31; 12.23; 2Pe 3.7; Jd 6-7; Ap 20.11-15). Quando Cristo voltar e a história do mundo atual for completada, todas as pessoas de todos os tempos ressuscitarão para o julgamento e tomarão seu lugar diante do trono de Cristo. Esse acontecimento supera em muito a imaginação, porém a imaginação humana não é a medida daquilo que Deus fará.
            Nesse julgamento, cada pessoa prestará conta individual diante de Deus, e Deus, por meio de Cristo, “retribuirá a cada um segundo o seu procedimento” (Rm 2.6). Os regenerados e salvos que, como servos de Cristo, aprenderam a amar a Deus, a justiça e a seu próximo, e desejam a glória dos céus, serão reconhecidos e, com base nos méritos de Cristo em seu favor, serão recompensados com a justiça que buscam. Os demais seguirão o destino apropriado ao modo ímpio de vida que escolheram, um lugar para o qual irão com base no seu próprio demérito (Rm 2.6-11). O quanto conheceram da vontade de Deus determinará a severidade de sua condenação (Mt 11.20-24; Lc 11.42-48; Rm 2.12).
            O juízo final demonstrará a perfeita justiça de Deus. Num mundo de pecadores, onde Deus “permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos” (At 14.16), o mal age livremente, e as dúvidas surgem a respeito de como Deus, se é soberano, pode ser justo ou, se é justo, como pode ser soberano. Porém Deus será glorificado ao aplicar justo juízo, e o juízo final dará resposta às suspeitas de que ele deixou de se importar com a justiça (Sl 50.16-21; Ap 6.10; 16.5-7; 19.1-5).
            Para aqueles que professam pertencer a Cristo, o exame de suas palavras e obras (Mt 12.36-37) mostrará se sua profissão de fé é fruto de um coração bom e honesto (Mt 12.33-35) ou se é falaz hipocrisia (Mt 7.21-23). Tudo será desmascarado do Dia do Juízo (1Co 4.5), e cada pessoa receberá de Deus, eqüitativamente, aquilo que lhe pertence. Aqueles cuja fé professada não se expressou numa nova vida, marcada pelo ódio ao pecado e amor à justiça, estarão perdidos (Mt 18.23-25; 25.34-46; Tg 2.14-26).
Contudo, Deus anunciou o Dia do Juízo em tempo hábil, ordenando a cada um que se arrependa e ame a vida ao invés da morte (Dt 30.19; Lc 13.24). Portanto, enquanto esse Dia não chega, há oportunidade de preparação para ele mediante o arrependimento e fé em Jesus, mediante uma vida nova, transformada e digna daquele que no-la concedeu.