A
certeza de que um dia todos comparecerão perante o tribunal de Deus para o
juízo final é o contexto da mensagem da graça salvadora do Novo Testamento. O
apóstolo Paulo, não menos que Jesus, enfatiza essa certeza. Segundo ele, Jesus
nos salva da “ira vindoura” (1Ts 1.10) no “dia da ira e da revelação do justo
juízo de Deus” (Rm 2.5). Por toda parte, nas Escrituras, a “indignação” e a
“ira” de Deus têm um caráter judicial; essas palavras apontam para o Deus
criador como um santo e ativo Juiz do pecado. A mensagem do juízo vindouro
sobre toda a humanidade, tendo Jesus Cristo como completando a obra do seu
Reino mediador atuando como Juiz em nome do Pai, está presente em todo o Novo
Testamento (Mt 13.40-43; 25.41-46; Jo 5.22-30; At 10.42; 2Co 5.10; 2Tm 4.1; Hb
9.27; 10.25-31; 12.23; 2Pe 3.7; Jd 6-7; Ap 20.11-15). Quando Cristo voltar e a
história do mundo atual for completada, todas as pessoas de todos os tempos
ressuscitarão para o julgamento e tomarão seu lugar diante do trono de Cristo.
Esse acontecimento supera em muito a imaginação, porém a imaginação humana não
é a medida daquilo que Deus fará.
Nesse
julgamento, cada pessoa prestará conta individual diante de Deus, e Deus, por
meio de Cristo, “retribuirá a cada um segundo o seu procedimento” (Rm 2.6). Os
regenerados e salvos que, como servos de Cristo, aprenderam a amar a Deus, a
justiça e a seu próximo, e desejam a glória dos céus, serão reconhecidos e, com
base nos méritos de Cristo em seu favor, serão recompensados com a justiça que
buscam. Os demais seguirão o destino apropriado ao modo ímpio de vida que
escolheram, um lugar para o qual irão com base no seu próprio demérito (Rm
2.6-11). O quanto conheceram da vontade de Deus determinará a severidade de sua
condenação (Mt 11.20-24; Lc 11.42-48; Rm 2.12).
O
juízo final demonstrará a perfeita justiça de Deus. Num mundo de pecadores,
onde Deus “permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos” (At
14.16), o mal age livremente, e as dúvidas surgem a respeito de como Deus, se é
soberano, pode ser justo ou, se é justo, como pode ser soberano. Porém Deus
será glorificado ao aplicar justo juízo, e o juízo final dará resposta às
suspeitas de que ele deixou de se importar com a justiça (Sl 50.16-21; Ap 6.10;
16.5-7; 19.1-5).
Para
aqueles que professam pertencer a Cristo, o exame de suas palavras e obras (Mt
12.36-37) mostrará se sua profissão de fé é fruto de um coração bom e honesto
(Mt 12.33-35) ou se é falaz hipocrisia (Mt 7.21-23). Tudo será desmascarado do
Dia do Juízo (1Co 4.5), e cada pessoa receberá de Deus, eqüitativamente, aquilo
que lhe pertence. Aqueles cuja fé professada não se expressou numa nova vida,
marcada pelo ódio ao pecado e amor à justiça, estarão perdidos (Mt 18.23-25;
25.34-46; Tg 2.14-26).
Contudo, Deus anunciou o Dia do Juízo em tempo hábil, ordenando a cada
um que se arrependa e ame a vida ao invés da morte (Dt 30.19; Lc 13.24).
Portanto, enquanto esse Dia não chega, há oportunidade de preparação para ele
mediante o arrependimento e fé em Jesus, mediante uma vida nova, transformada e
digna daquele que no-la concedeu.