segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Senhor de Tudo



            Na vida cristã, Jesus deve ser Senhor de tudo ou não será Senhor de coisa alguma. Nenhum homem trabalha simultaneamente para duas empresas. Nenhum escravo é propriedade de dois senhores ao mesmo tempo. Devemos ser cuidadosos para não dar um lugar secundário a Jesus, pois um dia podemos acordar, quando já for tarde demais, e descobrir que ele jamais esteve presente em nossa vida. Pois ele deve ser Senhor de tudo em nossa vida, ou não será Senhor de coisa alguma. Como está escrito: “Nenhum homem pode servir a dois senhores” (Mateus 6.24).
            Jesus aproximou-se de certo homem e disse: “Segue-me!”. Ao que o homem respondeu: “Permite-me ir primeiro...” (Lucas 9.59). Não é “eu primeiro”, mas Deus primeiro. Os meus interesses devem vir sempre depois dos dele, nunca antes. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça” (Mateus 6.33).
            O Dr. Graham Scroggie, de Edimburgo, falava em certa ocasião sobre esse tema e, no final do culto, aproximou-se dele uma jovem, cristã professa, que fora profundamente impactada pela mensagem. Após expor seus pensamentos e dificuldades, desenvolveu-se o seguinte diálogo: “E porque você não se entrega?” inquiriu o Dr. Scroggie. “Tenho medo de ter de fazer duas coisas caso me entregue”, respondeu a jovem. “Quais?” perguntou o ministro. “Toco piano num salão de espetáculos e receio que tenha de deixar de fazê-lo”, explicou a moça. “E a outra coisa?” continuou o Dr. Scroggie. “Receio que Deus me mande para a China como missionária”, completou a jovem.
O Dr. Scroggie era sábio na sua maneira de tratar com as almas ansiosas. Abrindo sua Bíblia em Atos 10.14, explicou à jovem o absurdo da resposta de Pedro. Um escravo nunca dita decisões. Por isso, dizer “de modo nenhum”, e depois acrescentar a palavra “Senhor”, é impossível e não faz sentido. Em seguida o ministro acrescentou: “Agora desejo que você risque as palavras ‘de modo nenhum’ e deixe a palavra ‘Senhor’; ou então risque a palavra ‘Senhor’ e deixe a expressão ‘de modo nenhum’. Passando um lápis para a jovem, o Dr. Scroggie afastou-se silenciosamente. Pouco depois voltou. Olhando por cima do ombro da moça, viu que a página estava manchada de lágrimas, mas a expressão “de modo nenhum” estava riscada. E, com um brilho de alegria nos olhos, ela saiu da igreja e foi para casa repetindo continuamente uma só palavra “Senhor”. Ela não ditaria mais as decisões. Agora era sua discípula, e ele, seu Senhor e Mestre. Dali em diante seria “Sim, Pai” e “Senhor, o que queres que eu faça?”
            “Amas-me mais do que a estes outros?” perguntou o Senhor a Pedro. Podemos imaginar Jesus apontando para os barcos e as redes, depois para os outros discípulos e, finalmente, para o lar e os queridos de Pedro. “Pedro, quem está em primeiro lugar? Eu? Amas-me mais do que a estes?” Esta é a pergunta que ele ainda faz a nós. Submeteremos, então, tudo a ele o coroaremos como Senhor de nossa vida?