quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Uma advertência contra mudar a graça de Deus



Encontramos, na Carta de Judas, irmão de Tiago e de Jesus, a seguinte advertência: “Amados, quando empre­gava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta con­denação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 3-4).
Desde os primeiros dias da igreja do Senhor no Novo Testamento, uma ameaça constante tem sido apresen­tada por aqueles que querem mudar a graça de Deus em algo que ela não é. As mudanças propostas sempre dizem respei­to á licenciosidade ou ao legalismo.
Judas tratou deste problema em sua vigorosa carta de advertência. Ele convocou todos os seguidores de Cristo para engajarem-se em uma luta zelosa pela integridade da Palavra de Deus. Ele diz, “Amados quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salva­ção, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez foi entregue aos santos”. Esta batalha é essencial, porque pessoas religiosas carnais desejam alterar a graça e elas atuam silenciosamente dentro das igrejas. Judas observou: “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. As mudanças pretendidas por essas pessoas envolvem transformar a graça em liberti­nagem. A graça de Deus é o meio de perdão para nossos pecados, assim como de transformação do pecador para que ele peque cada vez menos. A graça não é a sanção de Deus, pela qual planejamos e executamos a indulgência pessoal.
Esse mesmo problema aparece em Romanos, visto que alguns deram à graça de Deus uma direção não autori­zada. Eles começaram com uma verdade gloriosa, a saber, “Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Ro­manos 5.20). Que sublime realidade é esta! Não importa quão abominável seja a extensão de nossos pecados, a graça de Deus para perdoar e transformar e muito maior. Contudo, quão abominável é o pensamento licencioso de que mais tolerância para com o pecado seria uma coisa boa, visto que apenas representaria outra oportunidade para a graça abun­dar mais. Por isso o apóstolo, continuando, diz, “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que seja a graça mais abundante?” (Romanos 6.1). Em seguida, ele mesmo responde, dizendo, “De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” A graça prevista nunca é uma desculpa para planejar pecar.
Na carta aos Gálatas, o problema complementar do legalismo é confrontado. Lemos em Gálatas 1.6-7, “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”. Aqui, é dito que algumas pessoas estavam tentando adicionar requerimentos da lei às boas novas da graça de Deus. Essa tentativa de transformar a graça em cumprimento de padrões é descrita como uma perversão, uma repugnante distorção, da graça. Tanto a licenciosidade quanto o legalismo, ambos mudam e enfra­quecem a graça de Deus. 
Oremos ao Senhor de toda graça, primeiramente, arrependendo-nos daquelas vezes em que usamos a graça como uma desculpa para a indulgência carnal, ou quando tratamos a graça de Deus como uma chamada ao cumpri­mento de padrões religiosos. Em segundo, rendendo graças por sua graça perdoadora e transformadora. E, em terceiro, pedindo que o Senhor nos conceda discernimento e coragem para lutar seriamente pela verdadeira graça, a qual nos é dada por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor.