É necessário que dediquemos um pouco mais de tempo meditando na relação
entre ressurreição e santificação. Voltemos à Carta aos Filipenses, e atentemos,
novamente, para o que o Espírito diz por meio de Paulo: “Para o conhecer, e o
poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me
com ele na sua morte” (Filipenses 3.10).
A afeição que consumia o apóstolo Paulo era “para o
conhecer”. Esse versículo não lista quatro assuntos com os quais Paulo
procurava um relacionamento pessoal com o Senhor (conhecimento de Deus, poder
da ressurreição, comunhão nos sofrimentos de Cristo e conformidade com sua
morte). Antes, esse versículo aponta para uma única grande questão
(conhecimento de Deus) e para três diferentes áreas nas quais esse conhecimento
pode crescer (poder da ressurreição, comunhão nos sofrimentos de Cristo e
conformidade com sua morte). Vimos, em nossas meditações anteriores, como o
poder da ressurreição e o sofrimento podem aumentar nosso conhecimento do
Senhor. Agora, adicionaremos outro aspecto maravilhoso para um crescimento no
relacionamento pessoal com Jesus: “conformando-me com ele na sua morte”.
Há alguns aspectos únicos na morte de Cristo sobre a
cruz, aspectos que dizem respeito somente a ele (por exemplo, sua expiação
pelos pecados). Contudo, há outros aspectos de sua morte que Deus deseja
repetir em nossas vidas. Quando Jesus foi colocado na cruz, ela parecia sua derrota.
Ela parecia ser a coisa mais errada que um homem poderia fazer. Todavia, Deus
estava realizando seus propósitos soberanos, pois a Escritura declara: “Sendo
entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes,
crucificando-o por mãos de iníquos” (Atos 2.23). Às vezes, somos colocados em
situações que parecem certas para nos conduzir a uma derrota mortal. Todavia, o
Senhor está desenvolvendo seu plano soberano para nós. Ao levar-nos por essas
impossibilidades (e transformar a aparente derrota em vitória), o Senhor está
permitindo que nos tornemos mais familiarizados com ele e com seus caminhos.
Lembremos que, “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos
pensamentos” (Isaías 55.8-9). E “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso
respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que
desejais” (Jeremias 29.11).
Quando Jesus estava prestes a morrer, ele se inclinou sem
esperança no madeiro. Ele se entregou às mãos de seu Pai, dizendo: “Pai, nas
tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46). O Pai teria de provar sua
fidelidade para que Jesus saísse da sepultura; e então lemos: “Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai” (Romanos 6.4). Às vezes, nos
encontramos em circunstâncias que são particularmente muito difíceis. Situações
em que tudo obviamente requer uma ação poderosa de Deus a nosso favor. Se ele
não se mostrar fiel, não haverá meio de resolvermos o problema. Quando nosso
Senhor é claramente nossa única esperança (e então ele vem a nós em
fidelidade), nós crescemos no conhecimento dele e de seus caminhos.
Por isso, em oração ao
nosso amado Pai de glória, supliquemos seu auxílio para não recuarmos com medo
e dúvida quando formos conformados com a morte de seu Filho. Quando tudo
parecer derrota e infortúnio, lembremo-nos de olhar para ele, esperando que
opere em nós sua vontade a despeito das más intenções de pessoas insensatas e
ímpias. Quando nos sentirmos inclinados sem esperança em meio a circunstâncias
crucificantes, recordemos de nosso Salvador e entreguemo-nos nas mãos de nosso
Pai celestial e à sua grande fidelidade. Desejemos conhecer mais ao Senhor
pelos meios que ele escolher.