terça-feira, 21 de junho de 2016

Ainda mais sobre a ressurreição e a santificação



É necessário que dediquemos um pouco mais de tempo meditando na relação entre ressurreição e santificação. Voltemos à Carta aos Filipenses, e atentemos, novamente, para o que o Espírito diz por meio de Paulo: “Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte” (Filipenses 3.10).
            A afeição que consumia o apóstolo Paulo era “para o conhecer”. Esse versículo não lista quatro assuntos com os quais Paulo procurava um relacionamento pessoal com o Senhor (conhecimento de Deus, poder da ressurreição, comunhão nos sofrimentos de Cristo e conformidade com sua morte). Antes, esse versículo aponta para uma única grande questão (conhecimento de Deus) e para três diferentes áreas nas quais esse conhecimento pode crescer (poder da ressurreição, comunhão nos sofrimentos de Cristo e conformidade com sua morte). Vimos, em nossas meditações anteriores, como o poder da ressurreição e o sofrimento podem aumentar nosso conhecimento do Senhor. Agora, adicionaremos outro aspecto maravilhoso para um crescimento no relacionamento pessoal com Jesus: “conformando-me com ele na sua morte”.
            Há alguns aspectos únicos na morte de Cristo sobre a cruz, aspectos que dizem respeito somente a ele (por exemplo, sua expiação pelos pecados). Contudo, há outros aspectos de sua morte que Deus deseja repetir em nossas vidas. Quando Jesus foi colocado na cruz, ela parecia sua derrota. Ela parecia ser a coisa mais errada que um homem poderia fazer. Todavia, Deus estava realizando seus propósitos soberanos, pois a Escritura declara: “Sendo entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (Atos 2.23). Às vezes, somos colocados em situações que parecem certas para nos conduzir a uma derrota mortal. Todavia, o Senhor está desenvolvendo seu plano soberano para nós. Ao levar-nos por essas impossibilidades (e transformar a aparente derrota em vitória), o Senhor está permitindo que nos tornemos mais familiarizados com ele e com seus caminhos. Lembremos que, “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55.8-9). E “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jeremias 29.11).
            Quando Jesus estava prestes a morrer, ele se inclinou sem esperança no madeiro. Ele se entregou às mãos de seu Pai, dizendo: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46). O Pai teria de provar sua fidelidade para que Jesus saísse da sepultura; e então lemos: “Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai” (Romanos 6.4). Às vezes, nos encontramos em circunstâncias que são particularmente muito difíceis. Situações em que tudo obviamente requer uma ação poderosa de Deus a nosso favor. Se ele não se mostrar fiel, não haverá meio de resolvermos o problema. Quando nosso Senhor é claramente nossa única esperança (e então ele vem a nós em fidelidade), nós crescemos no conhecimento dele e de seus caminhos.
            Por isso, em oração ao nosso amado Pai de glória, supliquemos seu auxílio para não recuarmos com medo e dúvida quando formos conformados com a morte de seu Filho. Quando tudo parecer derrota e infortúnio, lembremo-nos de olhar para ele, esperando que opere em nós sua vontade a despeito das más intenções de pessoas insensatas e ímpias. Quando nos sentirmos inclinados sem esperança em meio a circunstâncias crucificantes, recordemos de nosso Salvador e entreguemo-nos nas mãos de nosso Pai celestial e à sua grande fidelidade. Desejemos conhecer mais ao Senhor pelos meios que ele escolher.