segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Reflexões sobre a obediência pela graça de Deus


“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 8.14). “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8.4).
            Antes de deixarmos esse assunto vital da obediência, reflitamos sobre como ele está relacionado com a graça de Deus.
            Romanos 6.14 é uma das passagens da Escritura que falam sobre isso. Nela, nos é dito como saímos de sob o domínio do pecado. Está escrito: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós”. Uma pessoa que é governada pelo pecado vive em desobediência. Pecado e desobediência são basicamente sinônimos. A graça é o caminho para a libertação da desobediência, visto que está escrito também: “pois não estais debaixo da lei, e sim da graça”. Pecado é transgressão da lei de Deus. A lei pode nos chamar para viver conforme os santos padrões de Deus, mas a lei não pode nos ajudar a obedecer esses perfeitos padrões. Como nos ensina a Escritura, “pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma” (Hebreus 7.19). A graça é o recurso provido por Deus para encontrarmos o perdão para o pecado (resgatando-nos assim do domínio da penalidade do pecado), como declara a Palavra de Deus: “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1.7). A graça também é a força provida por Deus para vivermos diariamente em vitória sobre o pecado (resgatando-nos dessa forma da influência dominadora do pecado), como está escrito: “Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2 Timóteo 2.1).
            Romanos 8.4 é outra passagem que indica a conexão entre a obediência e a graça de Deus. As palavras iniciais dessa passagem apontam para a razão primária da morte de Cristo na cruz, a saber, “a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós”. É da vontade de Deus que as santas exigências da lei sejam crescentemente vividas em nossas vidas. Isso equivale a uma vida de obediência. A lei em si nunca pode produzir esse tipo de vida; pois, como diz a Escritura, “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enfermo pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado” (Romanos 8.3). O que a lei de Deus não pode fazer (por causa da inabilidade do homem de viver segundo ela), Deus fez por meio de seu Filho. Agora, por meio de tudo quanto Cristo proveu para nós, a obediência está disponível para nós. Para quem que experimenta esta obediência disponível? Aquele que “não anda segundo a carne, mas segundo o Espírito”. O cristão que encara o dia a dia pela carne acessa apenas os recursos carnais do homem natural. Por outro lado, aquele que encara as questões diárias da vida na dependência do Espírito Santo extrai da graça os recursos de um Deus sobrenatural.
            Por isso, colocando-nos em oração diante do Pai santo e gracioso, o louvemos por sua graça ser o caminho para a obediência; reconheçamos, à luz de nossa incapacidade, que nenhuma outra abordagem jamais será suficiente para produzir uma vida de obediência; e novamente renunciemos a nossa carne com seus recursos naturais e olhemos para a obra do Espírito Santo, a qual cumpre as justas exigências de Deus em minha vida.