sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Davi confessando a Deus como seu refúgio

             “Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio” (Salmo 62.8). “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo 32.7).

            Davi, com frequência, confessa a Deus como seu refúgio. Este é outro indicador de que ele viveu de modo característico pela graça de Deus (isto é, mediante a confiança de que Deus trabalha a seu favor).

            A necessidade ou o desejo de encontrar um refúgio (um lugar de abrigo ou proteção) é comum entre a humanidade. As tempestades da vida podem nos sobrevir com crueldade. De modo circunstancial, elas podem ser como se a advertência profética de Ezequiel esteja sendo cumprida sobre nós, quando ele diz: “Visto que andam enganando, sim, enganando o meu povo, dizendo: Paz, quando não há paz, e quando se edifica uma parede, e os profetas a caiam, dize aos que a caiam que ela ruirá. Haverá chuvas de inundar. Vós, ó pedras de saraivada, caireis, e tu, vento tempestuoso, irromperás” (Ezequiel 13.10-11). Nós ansiamos por um abrigo. Em outras vezes, ameaças e perigos parecem nos espreitar em cada canto. De modo experimental, eles poder ser como se estivéssemos revivendo as experiências de Davi. Como ele as descreve: “Laços de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram terror. Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam” (Salmo 18.4-5). Nós ansiamos por um lugar de proteção. Davi sabia para onde se virar em busca de refúgio quando as dificuldades se multiplicavam. Ele diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46.1). Nosso lugar de abrigo e proteção não é um lugar, mas uma pessoa. Quando as dificuldades surgem, podemos nos voltar para ele. Ele está totalmente à disposição para ajudar-nos (“socorro bem presente”). Sempre que exercitamos nossa confiança nele, sempre que derramamos nosso coração diante dele em oração, podemos desfrutar do Senhor como nosso refúgio. Como está escrito: “Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio” (Salmo 62.8).

            Em outras ocasiões, não estamos muito ansiosos por um refúgio (um lugar de abrigo e proteção), estamos procurando um lugar de esconderijo (uma solidão secreta). Quando isto ocorre, facilmente nos identificamos com o desejo de Davi de fugir. Como ele diz: “Então, disse eu, quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto” (Salmo 55.6-7). Bem, o Senhor Deus tem mais boas novas para nós. Como Davi aprendeu, O Senhor está desejoso e é capaz de ser este lugar de esconderijo. Como está escrito: “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo 32.7). Sempre que nos voltamos para o Senhor e lhe permitimos cercar-nos com cânticos de seu poder libertador, podemos desfrutar do Senhor como nosso lugar de esconderijo. Sem dúvida, um meio prático de ser cercado pelos “cânticos de livramento” de Deus é gastar tempo lendo reverentemente o livro dos Salmos. Os Salmos são cânticos de resgate divinamente inspirados por Deus.

            Portanto, colocando-nos em oração diante de Deus, o nosso refúgio, reconheçamos nosso frequente desejo de estar abrigados e protegidos; supliquemos que ele nos conceda encontrar abrigo e proteção mediante o curso da oração. Considerando Deus como o nosso esconderijo, reconheçamos nosso frequente desejo de fugir para um lugar secreto de solidão; rendamos graças por podermos encontra-lo mediante a sua mensagem de livramento, a qual o Senhor nos concede em sua Palavra.