“Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio” (Salmo 62.8). “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo 32.7).
Davi, com frequência, confessa a
Deus como seu refúgio. Este é outro indicador de que ele viveu de modo
característico pela graça de Deus (isto é, mediante a confiança de que Deus
trabalha a seu favor).
A necessidade ou o desejo de encontrar um
refúgio (um lugar de abrigo ou proteção) é comum entre a humanidade. As
tempestades da vida podem nos sobrevir com crueldade. De modo circunstancial,
elas podem ser como se a advertência profética de Ezequiel esteja sendo
cumprida sobre nós, quando ele diz: “Visto que andam enganando, sim, enganando
o meu povo, dizendo: Paz, quando não há paz, e quando se edifica uma parede, e
os profetas a caiam, dize aos que a caiam que ela ruirá. Haverá chuvas de
inundar. Vós, ó pedras de saraivada, caireis, e tu, vento tempestuoso,
irromperás” (Ezequiel 13.10-11). Nós ansiamos por um abrigo. Em outras vezes,
ameaças e perigos parecem nos espreitar em cada canto. De modo experimental,
eles poder ser como se estivéssemos revivendo as experiências de Davi. Como ele
as descreve: “Laços de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram
terror. Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam”
(Salmo 18.4-5). Nós ansiamos por um lugar de proteção. Davi sabia para onde se
virar em busca de refúgio quando as dificuldades se multiplicavam. Ele diz: “Deus
é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo
46.1). Nosso lugar de abrigo e proteção não é um lugar, mas uma pessoa. Quando
as dificuldades surgem, podemos nos voltar para ele. Ele está totalmente à
disposição para ajudar-nos (“socorro bem presente”). Sempre que exercitamos
nossa confiança nele, sempre que derramamos nosso coração diante dele em
oração, podemos desfrutar do Senhor como nosso refúgio. Como está escrito:
“Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração;
Deus é o nosso refúgio” (Salmo 62.8).
Em outras ocasiões, não estamos muito
ansiosos por um refúgio (um lugar de abrigo e proteção), estamos procurando um
lugar de esconderijo (uma solidão secreta). Quando isto ocorre, facilmente nos
identificamos com o desejo de Davi de fugir. Como ele diz: “Então, disse eu,
quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para
longe e ficaria no deserto” (Salmo 55.6-7). Bem, o Senhor Deus tem mais boas
novas para nós. Como Davi aprendeu, O Senhor está desejoso e é capaz de ser
este lugar de esconderijo. Como está escrito: “Tu és o meu esconderijo; tu me
preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo
32.7). Sempre que nos voltamos para o Senhor e lhe permitimos cercar-nos com
cânticos de seu poder libertador, podemos desfrutar do Senhor como nosso lugar
de esconderijo. Sem dúvida, um meio prático de ser cercado pelos “cânticos de
livramento” de Deus é gastar tempo lendo reverentemente o livro dos Salmos. Os
Salmos são cânticos de resgate divinamente inspirados por Deus.