Na
promessa de Deus, na Aliança da Graça, de ser o nosso Deus, estão implícitos inumeráveis
benefícios. Entre os quatro que se destacam, o quarto é: A constância e a eternidade
do amor de Deus e de nossa união com ele.
Devemos,
em quarto lugar, enfatizar que Deus, nessa promessa, quis enaltecer a
constância de seu amor e a eternidade as bênçãos. Visto que o Senhor anuncia
eternidade em sua concepção própria quando promete ser o nosso Deus, por esse
mesmo anúncio ele notifica que será nosso para sempre. Desse modo, enquanto
Deus for Deus – e o será para todo sempre – ele também será o nosso Deus, para
que desfrutemos eternamente de sua comunhão e felicidade. O salmista declara:
“que este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre” (Salmo 48.14). Este é, sem
dúvida, o argumento mais forte para a consolação e a confiança dos crentes
contra todas as tentações, e um apoio inabalável para a fé. Se Deus será nosso
para todo o sempre, que mais temeremos de mal ou esperaremos de bom, visto que
somos mais que vencedores nele para todo o sempre? Em virtude disso podemos
dizer confiantemente: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É
Deus que os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes,
quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? ... Porque eu estou bem certo de quem nem
a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do
presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem
qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.33-35,38-39).
Em
adição a essa promessa geral, contida na fórmula da aliança da graça, estão inclusas
muitas outras promessas especiais, fundamentadas nela e fluindo dela. Promessas
como: a concessão do Espírito Santo (Ezequiel 36.27); a remissão dos pecados
(Jeremias 31.34); a regeneração, designada pela inscrição da lei no coração
(Jeremias 31.33); a adoção como filhos (2 Coríntios 6.18); a remoção do coração
de pedra e a dádiva de um novo coração de carne (Ezequiel 36.26); a
perseverança dos salvos (Jeremias 32.40), a bênção peculiar do pacto da graça,
visto que deve ser inviolável e eterno; e todas as bênçãos espirituais da graça
e da glória (Gênesis 12.3; Gálatas 3.8,9,14; Atos 3.26; Efésios 1.3). Sendo
todas essas promessas designadas pela palavra “salvação”, o que implica não
apenas na posse da vida eterna, mas também no livramento da morte. Salvação que
é concretizada em quatro partes: justificação, que nos livra da culpa e
maldição do pecado; santificação, que remove a mácula e corrupção do pecado;
consolação e paz de consciência, que nos sustenta contra as aflições da vida e
contra os terrores da consciência; e glorificação eterna, que nos põe a salvo
da morte eterna e nos conduz à felicidade plena e eterna.