segunda-feira, 6 de abril de 2015

Crescendo na Graça de Deus

            Precisamos da graça inicial de Deus, pois sem ela não há novo nascimento e justificação em Cristo. Precisamos da graça contínua de Deus, pois sem ela não há vida de comunhão e de santificação. Precisamos, também, crescer no usufruir da graça de Deus. Por meio do apóstolo Pedro, o Senhor nos faz a seguinte exortação: “Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3.17-18).
            Reflitamos um pouco sobre o território celestial que temos explorado até aqui. A graça é para o nosso crescimento e progresso espiritual no Senhor. Ela não tem apenas o propósito de produzir o novo nascimento e dar início a nossa caminhada com o Senhor. A Escritura afirma: “Antes, crescei na graça... de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. O crescimento em Cristo deve ser produzido pela graça de Deus operando em nós.
            Frequentemente, o povo de Deus fica apreensivo acerca da ênfase na sua graça. Ficamos preocupados de que essa ênfase possa resultar em irresponsabilidade, incredulidade, indolência e indulgência. Todavia, podemos descansar seguros nas promessas e propósitos de Deus de que a verdadeira graça não resultará nessas coisas. Esses efeitos são produzidos pela natureza pecaminosa do homem, quer pela licenciosidade, quer pelo legalismo.
            A licenciosidade tem a esperança de transformar a graça em um meio pelo qual a indulgência pecaminosa se torne aceitável. “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 4). O legalismo aspira adicionar realizações religiosas à graça, apelando, por meio delas, às esperanças autojustificadoras do homem. “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o espírito pelas obras da lei ou pela pregação da Fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.2-3).
            Quando uma pessoa vive verdadeiramente pela graça, o resultado é justiça, não injustiça. Quando uma pessoa aprende a extrair mais e mais da graça de Deus para sua vida diária, se desenvolve à semelhança com Cristo, não à semelhança com o mundo. Quando a graça se torna mais e mais a fonte de vida, o pecado diminui em vez de aumentar. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6.14).
            Somos tentados a confiar na Lei de Deus a fim de gerar santidade. A exigência da Lei para que sejamos santos, amemos e sejamos perfeitos pode tornar-se uma falsa segurança para nossa natureza pecaminosa. Pensamos que, mediante o ouvir, o repetir e o depender desta exigência, podemos cumpri-la. “Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual chegamos a Deus” (Hebreus 7.18-19). A graça de Deus é a “esperança superior” que não falha em produzir o que Deus deseja.
            O Senhor ordena que tenhamos um envolvimento vitalício com sua graça. Ele quer operar em nós “graça sobre graça” (João 1.16) por toda a nossa vida. Este é o “novo e vivo caminho” (Hebreus 10.20). Talvez, isto possa ser resumido por meio de um acróstico com a palavra inglesa para graça: Glorious Realities As Christ Empowers (que pode ser traduzido como: gloriosas realidades tal como capacitadas por Cristo).
            Rendamos graças ao Deus Pai por sua abundante provisão para nosso crescimento espiritual. Confessemos a insensatez de pensarmos que precisamos de algo além do que a graça fornece para desenvolvermos a santidade. Reconheçamos a necessidade de crescimento segundo a imagem de Cristo; e supliquemos para que ele nos lembre e nos convença de que sua graça é a única esperança suficiente.