Na história do encontro de Jesus com uma mulher de Samaria, contada por João (João 41-42), podemos observar, entre outras coisas, que a mulher samaritana teve três impressões acerca de Jesus, as quais ilustram as reações das pessoas em nossos dias quando ouvem falar de Jesus, e que nos animam a continuar falando dele.
A primeira, observada
nos versículos 7 a 9, é a de que ele era um inimigo. Ao iniciarem a conversa,
aquela mulher percebe que Jesus era um judeu e, como explica o versículo 9, havia
uma inimizade antiga entre samaritanos e judeus. Quando falamos de Jesus às
pessoas, hoje, geralmente essas reagem considerando Jesus como inimigo, pois
seu evangelho requer renúncia do próprio eu (Mateus 16.24) e completa obediência
a seus mandamentos (João 15.10). Inicialmente isso parece soar às pessoas como
perda da liberdade e escravidão.
A segunda,
observada nos versículos 17 a 19, é de que ele era um profeta. Dando
continuidade a conversa, Jesus revela que conhecia a vida daquela mulher, sabia
que tivera cinco maridos e que, no presente, estava em adultério, visto estar
amasiada. Jesus conhecia a verdade sobre sua vida e lhe revelou seu pecado. À
medida que continuamos falando de Jesus às pessoas, elas começam a perceber que
Jesus não é um inimigo, mas um profeta. Pois ele conhece a verdade sobre suas
vidas: sabe que são pecadoras (João 8.31-36), conhece suas deficiências, seus
problemas mais íntimos e suas verdadeiras necessidades (João 3.2-3), sabe tudo
a respeito delas. Não apenas conhece, mas lhes revela essas coisas, tornando-as
cientes delas.
A terceira,
observada nos versículos 25 e 26, é a de que Jesus era o Messias. Ao
conversarem sobre o local onde se deveria adorar ao Deus verdadeiro, aquela
mulher compreendeu que Jesus era o Messias prometido por Deus no Antigo
Testamento. De igual modo, ao darmos prosseguimento à exposição de Jesus ante
as pessoas, elas têm seus olhos abertos e seus pensamentos direcionados para a
compreensão de que Jesus é o Messias de Deus, aquele que foi enviado para ser o
Salvador do ser humano da condenação do pecado (Mateus 9.6), e ensinar o
verdadeiro e único caminho para Deus (João 14.6).
Observa-se,
nessa tríplice impressão da mulher samaritana, que há um caminho de
aproximação: Jesus o inimigo, uma pessoa a ser mantida à distância, pois
representa perigo; Jesus o profeta, uma pessoa a ser trazida para perto, para
se conhecer a verdade; Jesus o Messias, uma pessoa em quem se deve crer e
receber como Salvador. Esse mesmo caminho poderá ser trilhado por aqueles a
quem falarmos de Jesus. Falemos, portanto, e continuemos a falar de Jesus às
pessoas.