Lemos, nas
Escrituras, a seguinte afirmação: “Aguardando a bendita esperança e
manifestação da glória do vosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito
2.13). Essa declaração no leva a refletir sobre dois pontos.
Primeiro, a
vinda anunciada do Senhor. Por meio de profecias adicionadas àquelas já
proferidas no Antigo Testamento, Jesus Cristo deu nascimento a essa esperança
nos corações dos primeiros cristãos. Segundo sua profecia, o evento da sua
segunda vinda deverá ser de natureza e propósito totalmente diferentes em
relação a sua primeira vinda. Na primeira vinda, ele veio em fraqueza e
humilhação; na segunda, ele virá em poder real e esplendorosa glória. Na
primeira vinda, ele veio como Salvador, para ser desprezado pelos homens e
crucificado sobre o madeiro erigido para ele por homens iníquos; na segunda,
ele virá como Soberano Senhor para estabelecer em reino para si, no qual todas
as nações e todos os homens se prostrarão e o servirão.
Atente para
esses versículos: “Então verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande
poder e glória” (Marcos 13.26; Lucas 21.27). “Quando vier o Filho do Homem na
sua majestade e todos os anjos comele, então se assentarão no trono de sua glória”
(Mateus 25.31). E, enquanto os discípulos observavam a sua ascensão aos céus,
essa promessa foi reiterada pelos dois varões vestidos de branco que se
colocaram ao lado deles: “Varões galileus, por que estais olhando para as
alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes
subir” (Atos 1.11). Nas palavras “esse Jesus” e “virá do modo como” uma
maravilhosa luz é lançada sobre a maneira pela qual Cristo retornará à terra.
Será uma vinda pessoal, visível e física. Assim, o próprio Senhor Jesus
infundiu nos corações dos seus primeiros discípulos a bendita esperança de seu
retorno literal à terra.
Segundo, a
vinda prevista do Senhor. Esta promessa de seu retorno pessoal sempre esteve
diante dos primeiros cristãos. Aquele pequeno grupo vivia e trabalhava em
confiante certeza e ávida expectativa do retorno de seu amado Senhor. No dia de
Pentecoste, somente dez dias depois da ascensão de Jesus, ele cumpriu a
promessa de enviar outro Consolador. Desse modo, por que eles não deveriam
esperar que sua outra promessa fosse cumprida com a mesma veracidade e rapidez?
Quando,
finalmente, quinze e vinte anos se passaram e alguns que tinham essa esperança
morreram, os corações dos demais cristãos ficaram desassossegados. O que
significava para aqueles amados o fato dessa bendita esperança ainda não ter
sido realizada? Para acalmar este desassossego, por meio de Paulo o Senhor
escreve aos cristãos de Tessalônica, aconselhando-os a aguardarem
pacientemente, e os conforta com um ensino mais completo sobre essa preciosa
verdade: “Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus,
mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem... nós, os
vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que
dormem... Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro... seremos arrebatados juntos... e assim estaremos para
sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4.13-18)
A
firme confiança de sua fé e o intenso anseio de seu amor cristalizou-se em uma
fulgurante paciência de esperança, a qual dominou suas vidas diárias. Um estudo
do Novo Testamento revela quão plenamente essa bendita esperança permeou e
possuiu o pensamento e o testemunho dos apóstolos. Nos capítulos finais dos
Evangelhos, por todo o livro de Atos e em todas as epístolas, com exceção de
três, o advento da segunda vinda de Cristo é ensinado, e é o tema principal de
Apocalipse. Esse assunto é mencionado trezentas e dezoito; a cada vinte e cinco
versículos um é dedicado a ele. Essa era a esperança de Paulo, Pedro, João,
Tiago, Judas e do escritor de Hebreus. Veja: “Que guardes o mandamento
imaculado, irrepreensível até a manifestação do nosso Senhor Jesus Cristo” (1
Timóteo 6.14). “Por isto, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai
inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”
(1 Pedro 1.13). “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele
se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua
vinda” (1 João 2.28). “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração,
pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5.8). “Quanto a estes foi que
também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o
Senhor entre suas santas miríades” (Judas 9). E “Porque, ainda dentro de pouco
tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hebreus 10.37).