Lemos em 1 Pedro 1.16 que a vontade
de Deus para conosco é que sejamos santos como ele o é; aprendemos em Hebreus
12.10 que o Senhor nos disciplina por amor, a fim de que sejamos participantes
de sua santidade; portanto, a vida que nos é proposta é a vida de santidade.
Porém, o que é a vida de santidade? Podemos responder essa pergunta dizendo
três coisas que a vida de santidade não é, para que possamos entender o que ela
é.
A vida de santidade não é, em
primeiro lugar, libertação da tentação. É mesmo provável que venhamos a ser
mais tentados do que nunca o fomos antes. Pois, até então, não representávamos
grande perigo para o reino de Satanás; conseqüentemente, ele não se inquietava
muito conosco. Porém, no momento em que entrarmos nessa experiência, ele fará
tudo o que lhe for permitido e estiver ao seu alcance para nos derrubar. Portanto,
a santificação não assegura de forma alguma a libertação da tentação. Em
segundo lugar, não e uma garantia de se ficar livre da possibilidade de pecar.
A Escritura nos adverte: “Aquele que pensa estar em pé, veja que não caia”. Não
há qualquer condição nesta vida em que um cristão esteja livre da possibilidade
de pecar. Os que sobem mais alto podem cair mais baixo. Fiquemos, portanto,
precavidos contra o falso senso de segurança de que somos capazes, por nós
mesmos, de permanecer firmes e não pecar. Não é, em terceiro lugar, uma
libertação gradual do pecado. Este nunca é o caminho divino da vitória, pois
Deus trata com o pecado e resolve a questão de uma vez por todas. Conforme
Romanos 6.14, Deus quebra o poder do pecado e não há mais submissão a ele.
Por
outro lado, a vida de santidade é, em primeiro lugar, uma crise experimental
instantânea. Isto quer dizer que tem um princípio e, embora possa ser vista,
quanto a seus efeitos, como um processo tão longo quanto a vida, deve-se
reconhecer também que tem a natureza de uma crise. Como com Israel, de manhã
estamos no deserto, de tarde, em Canaã. Em segundo lugar, a vida de santidade é
uma vida de vitória sobre o pecado. Se não for isso, não é nada. Deus nos tem
garantido a libertação do poder do pecado, ele diz: “Porque o pecado não terá
domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.14).
Sem uma vida de vitória sobre o pecado, a profissão de uma experiência de
santificação é um escárnio. Essa vida é, em terceiro lugar, um processo de
transformação à semelhança de Jesus Cristo, o qual acompanha todo curso da
vida. Em 2 Coríntios 3.18 lemos “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando,
com por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória,
na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Noutras palavras,
participamos cada vez mais da sua imagem, até que, finalmente, quando ele
voltar, sejamos como ele é.