sábado, 10 de julho de 2021

A humildade e o temor do Senhor

            “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riqueza, e honra, e vida” (Provérbios 22.4). “Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a sabedoria” (Provérbios 11.2). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência” (Provérbios 9.10).

            Muitas de nossas meditações anteriores demonstraram claramente que o andar em humildade é o caminho para se viver pela graça de Deus. Basta lembrar, por exemplo, do que o Espírito diz por meio de Pedro, “cingi-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1 Pedro 5.5c). Nos versículos citados acima vemos que a humildade e o temor do Senhor estão intimamente relacionados.

            A humildade e o temor do Senhor resultam nas mesmas bênçãos. Observe as sábias palavras de Salomão, “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riqueza, e honra, e vida” (Provérbios 22.4). O trio que conclui o versículo (riqueza, honra e vida) são uma descrição do Antigo Testamento da vida que é verdadeiramente abençoada por Deus. A contraparte do Novo Testamento é a plenitude da vida espiritual descrita em João 10.10, onde o Senhor Jesus diz, “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. A humildade e o temor do Senhor resultam também em sabedoria; pois a Escritura declara, “mas com os humildes está a sabedoria” (Provérbios 11.2b); e “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência” (Provérbios 9.10).

            Humildade é o reconhecimento sincero de nossa absoluta necessidade do Senhor trabalhando de modo abrangente em nossa vida dia a dia. O temor do Senhor é o respeito e a reverência para com nosso grande Deus. O temor do Senhor não é um medo que envolve terror ou apreensão; antes, pelo contrário, o temor do Senhor está baseado na profunda admiração e na devoção reverente.

            Aqueles que temem humildemente ao Senhor (ao colocar sua admiração e devoção nele), também abraçam e adotam suas perspectivas e valores. Essas pessoas desenvolvem um ódio pelas coisas que Deus odeia; como está escrito, “O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço” (Provérbios 8.13). De modo correspondente, aqueles que têm respeito e reverência para com o Senhor desenvolvem um amor por tudo quanto ele ama. O Senhor ama ver seu povo caminhando em retidão e justiça; como afirma a Escritura, “O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos” (Salmo 146.8); e “Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada” (Salmo 37.28). O Senhor ama Israel, sua nação escolhida, pois a Escritura afirma, “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos” (Deuteronômio 7.7). O Senhor ama sua igreja, os filhos de Deus, pois lemos em sua Palavra, “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por esta razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1 João 3.1). O Senhor ama o mundo, isto é, aqueles que ele escolheu dentre a humanidade e que necessitam conhece-lo; pois esta é a afirmação da Escritura, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

            Por isso, em oração diante do Senhor Deus Todo-Poderoso, humildemente nos curvemos diante dele, reconhecendo nossa absoluta necessidade de tê-lo trabalhando de modo abrangente em nossa vida, dia a dia; expressemos nosso desejo de andar no temor do Senhor, colocando nossa admiração e devoção nele; expressemos também nosso ódio para com tudo quanto ele odeia, bem como nosso amor por tudo quanto ele ama.