segunda-feira, 14 de abril de 2014

Servos Casados



            Certo rapaz, recém-casado, entregou sua calça à jovem esposa e lhe disse: “Vista-a!” espantada, a moça olhou para ele e respondeu: “É muito grande para mim!” O jovem e presunçoso marido, muito orgulhoso de si, concluiu: “Espero que você nunca se esqueça disso!”
            Esse moço não sabia que quem detém a liderança no casamento não é quem veste a calça, mas quem usa a toalha. O esposo deve ser, para a esposa, o mesmo tipo de líder que Cristo é para a Igreja – um servo (Efésios 5.25-27).
            O casamento cristão, de fato, é uma aliança feita por Deus entre um de seus filhos e uma de suas filhas. Para que ambos o sirvam por meio do serviço de um para com o outro, bem como a outros. Os conceitos de liderança e submissão se resumem nisso. O esposo não recebeu a incumbência de ser o cabeça da esposa para convencê-la a servi-lo, mas para servi-la. O homem, como o cabeça da família, tem o privilégio e a responsabilidade de servir sua esposa em amor, para que ela viva de acordo com a vontade de Deus. Portanto, a autoridade do esposo não reside simplesmente no fato de ser esposo, mas em sua decisão de promover o bem-estar da esposa. O que exige sacrifício e amor altruísta. Seu sucesso na vida não será avaliado pela posição que ocupa na sociedade, nem pelo valor do seu salário, mas pela medida em que a esposa, como consequência da liderança exercida por ele, for atingindo o potencial determinado por Deus para ela.
            O chamado para a liderança e a submissão é feito a um homem e a uma mulher que se encontram no mesmo nível diante de Deus, e que, tendo se comprometido com o Senhor e um com o outro, aceitam e procuram desempenhar bem seus papéis distintos, mas mutuamente complementares. O esposo, com sua atitude semelhante à de Cristo, aceita o chamado de Deus para assumir a responsabilidade básica pelo bem-estar da esposa. Isso significa protegê-la de tudo que possa causar-lhe dano. A esposa, por sua vez, submete-se à autoridade do esposo e decide seguir sua liderança.
            Trata-se de um relacionamento fundamentado e refletido na própria Trindade. Isto é claramente demonstrado na vida do Senhor Jesus. Ele era em tudo igual ao Pai, mas submeteu-se à sua vontade sem reservas. Cristo é o Cabeça da Igreja, mas de bom grado se sacrificou por ela. Ele é o modelo de autoridade e submissão, tanto para o esposo como para a esposa.
            Quanto ao relacionamento entre pais e filhos, a mensagem é a mesma. Os filhos não pertencem aos pais, mas lhes são confiados para que os criem “na disciplina e na admoestação do Senhor”, levando-os ao conhecimento de Deus e à compreensão de como ele deseja que vivam. A preocupação de alguns pais em relação aos filhos é dar-lhes segurança. Procuram protegê-los de todas as forças e influências da sociedade. Outros criam os filhos para “ter sucesso na vida”. Fazem de tudo para que estudem e arranjem um bom emprego. E, assim, consigam o que a sociedade chama de “uma vida tranquila”.
            Entretanto, o projeto de Deus para os pais cristãos não se restringe a isso. Ele espera que eles ensinem aos seus filhos que estes também são filhos amados por Deus, que Jesus morreu por eles, e que o maior privilégio e alegria deles é consagrar suas vidas a Jesus e servi-lo. E como se faz isso? Muito mais pelos atos do que pelas palavras. Os filhos assimilam melhor os valores paternos observando sua conduta do que ouvindo suas palavras. Assim, é mais importante o viver cristão diante dos filhos do que, por exemplo, a realização do culto doméstico diário.
            Jesus conhecia perfeitamente a força do exemplo. Foi por isso que fez o seguinte: “Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.12-15).
            Concluindo, o que determina a liderança na relação matrimonial não é o uso da calça, mas da toalha. O esposo deve ser para a esposa o mesmo tipo de líder que Cristo é para a Igreja – um líder servo.