Certo
rapaz, recém-casado, entregou sua calça à jovem esposa e lhe disse: “Vista-a!”
espantada, a moça olhou para ele e respondeu: “É muito grande para mim!” O
jovem e presunçoso marido, muito orgulhoso de si, concluiu: “Espero que você nunca
se esqueça disso!”
Esse
moço não sabia que quem detém a liderança no casamento não é quem veste a
calça, mas quem usa a toalha. O esposo deve ser, para a esposa, o mesmo tipo de
líder que Cristo é para a Igreja – um servo (Efésios 5.25-27).
O
casamento cristão, de fato, é uma aliança feita por Deus entre um de seus filhos
e uma de suas filhas. Para que ambos o sirvam por meio do serviço de um para
com o outro, bem como a outros. Os conceitos de liderança e submissão se
resumem nisso. O esposo não recebeu a incumbência de ser o cabeça da esposa
para convencê-la a servi-lo, mas para servi-la. O homem, como o cabeça da
família, tem o privilégio e a responsabilidade de servir sua esposa em amor,
para que ela viva de acordo com a vontade de Deus. Portanto, a autoridade do
esposo não reside simplesmente no fato de ser esposo, mas em sua decisão de
promover o bem-estar da esposa. O que exige sacrifício e amor altruísta. Seu
sucesso na vida não será avaliado pela posição que ocupa na sociedade, nem pelo
valor do seu salário, mas pela medida em que a esposa, como consequência da
liderança exercida por ele, for atingindo o potencial determinado por Deus para
ela.
O
chamado para a liderança e a submissão é feito a um homem e a uma mulher que se
encontram no mesmo nível diante de Deus, e que, tendo se comprometido com o
Senhor e um com o outro, aceitam e procuram desempenhar bem seus papéis
distintos, mas mutuamente complementares. O esposo, com sua atitude semelhante
à de Cristo, aceita o chamado de Deus para assumir a responsabilidade básica
pelo bem-estar da esposa. Isso significa protegê-la de tudo que possa
causar-lhe dano. A esposa, por sua vez, submete-se à autoridade do esposo e
decide seguir sua liderança.
Trata-se
de um relacionamento fundamentado e refletido na própria Trindade. Isto é
claramente demonstrado na vida do Senhor Jesus. Ele era em tudo igual ao Pai,
mas submeteu-se à sua vontade sem reservas. Cristo é o Cabeça da Igreja, mas de
bom grado se sacrificou por ela. Ele é o modelo de autoridade e submissão,
tanto para o esposo como para a esposa.
Quanto
ao relacionamento entre pais e filhos, a mensagem é a mesma. Os filhos não
pertencem aos pais, mas lhes são confiados para que os criem “na disciplina e
na admoestação do Senhor”, levando-os ao conhecimento de Deus e à compreensão
de como ele deseja que vivam. A preocupação de alguns pais em relação aos
filhos é dar-lhes segurança. Procuram protegê-los de todas as forças e
influências da sociedade. Outros criam os filhos para “ter sucesso na vida”. Fazem
de tudo para que estudem e arranjem um bom emprego. E, assim, consigam o que a
sociedade chama de “uma vida tranquila”.
Entretanto,
o projeto de Deus para os pais cristãos não se restringe a isso. Ele espera que
eles ensinem aos seus filhos que estes também são filhos amados por Deus, que
Jesus morreu por eles, e que o maior privilégio e alegria deles é consagrar
suas vidas a Jesus e servi-lo. E como se faz isso? Muito mais pelos atos do que
pelas palavras. Os filhos assimilam melhor os valores paternos observando sua
conduta do que ouvindo suas palavras. Assim, é mais importante o viver cristão
diante dos filhos do que, por exemplo, a realização do culto doméstico diário.
Jesus
conhecia perfeitamente a força do exemplo. Foi por isso que fez o seguinte:
“Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa,
perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor,
e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei
os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.12-15).
Concluindo, o que
determina a liderança na relação matrimonial não é o uso da calça, mas da
toalha. O esposo deve ser para a esposa o mesmo tipo de líder que Cristo é para
a Igreja – um líder servo.