Consideramos, na meditação anterior, que, se estamos
crescendo na graça, a humildade e a fé devem ser desenvolvidas dentro de nossa
vida Reconsideremos, agora, cada uma delas, atentando primeiro para a
humildade. A Escritura afirma: “Deus resiste aos soberbos, contudo, aos
humildes concede a sua graça” (1 Pedro 5.5).
A soberba lidera a lista de coisas que Deus despreza,
pois a Escritura diz: “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina:
olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente” (Provérbios
6.16-17). Deus quer que nossas vidas sejam edificadas; a soberba é destrutiva:
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios
16.18). O Senhor deseja que seu povo seja estabelecido na verdade; a soberba é
enganadora: “A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas
das rochas, na tua morada e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra?”
(Obadias 3). É da vontade de Deus que cresçamos nas coisas que são honrosas; a
soberba traz desgraça: “Em vindo a soberba, sobrevêm a desonra, mas com os
humildes está a sabedoria” (Provérbios 11.2). Nosso Senhor não quer que seu
nome seja desonrado, nem que nossas vidas sejam destruídas pela soberba.
Por outro lado, a humildade é uma característica que
Deus tem prazer em desenvolver em nós. Isto pode ser observado pelos termos que
Deus usa em sua Palavra quando trata da humildade. “Melhor é ser humilde de
espírito com os humildes, do que repartir o despojo com os soberbos”
(Provérbios 16.19). O Senhor revela que se encontra em melhor situação a pessoa
que é humilde e que se associa com pessoas modestas, do que a pessoa que
participa da prosperidade que o arrogante pode acumular.
O Senhor também diz: “Bem-aventurados os humildes de
espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5.3). É-nos dito, aqui, que
a humildade é uma bem-aventurança, porque o governo do reino espiritual e as
provisões de Deus são dados ao humilde.
Em outro lugar, Deus revela: “Porque assim diz o Alto,
o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto
e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para
vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías
57.15). Embora nosso Senhor seja mais plenamente revelado em sua habitação
celestial, no alto ele também habita com o humilde e contrito na terra,
em baixo, a fim de trazer-lhes revitalização espiritual.
Certamente não somos capazes de produzir humildade
por nós mesmos. Ela é uma realidade relacional. Ela é resultado de se conhecer
ao Senhor. Isaías descobriu isso: “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e
sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. ... Então, disse eu:
ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio
de um poso de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos
Exércitos!” (Isaías 6.1 e 5). Quando o Senhor foi revelado em toda a sua
glória, Isaías respondeu em profunda humildade. Isto pode acontecer em nossa
vida, quando nos entregamos à leitura bíblica procurando um relacionamento
mais profundo com o Senhor. Quando o Senhor for revelado a nós de modo mais
profundo, nossa resposta será mais humildade.
Arrependamo-nos,
diante do Deus Altíssimo, pelas muitas vezes em que exibimos uma desprezível
atitude de soberba. Roguemos ao Senhor que nos ensine a desprezar a soberba
como ele o faz, que mova nosso coração a apreciar cada vez mais a humildade e
que nos revista com a humildade que caracterizou nosso Salvador, Jesus Cristo.