Devemos
voltar ao tema da meditação anterior, a fim de refletir um pouco mais sobre
ele. Vejamos dois textos preciosos ligados a duas histórias. “Jesus, fitando
neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é
possível” (Mateus 19.26). “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as
suas promessas” (Lucas 1.37).
A
habilidade de Deus possui um relacionamento importante com suas promessas.
Quanto maior consideramos sua habilidade, mais seguros estaremos de suas
promessas. A habilidade do homem é uma das razões básicas pelas quais
geralmente duvidamos de suas promessas. Ou deveríamos dizer, sua inabilidade é
a razão de duvidarmos de suas promessas. Essa é uma das diferenças
significativas entre as promessas de Deus e as do homem. A habilidade do homem
se depara frequentemente com as impossibilidades humanas. O Senhor não é
limitado pelo “fator impossibilidade”. Essa verdade encontra-se refletida nas
duas histórias de “aparentes impossibilidades” que estão por trás dos versículos
acima.
No
primeiro, um jovem rico veio a Jesus em busca de salvação. Ele disse: “Mestre,
que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?” (Mateus 19.16) Jesus, em
resposta, citou a Lei a fim de estimular a convicção de necessidade. O jovem
rico pensava erroneamente que a cumpria corretamente. Ele disse: “Tudo isso
tenho observado; que me falta ainda?” (Mateus 19.20) Jesus identificou com
precisão o pecado básico do homem, ao colocar o dinheiro à frente do Senhor
Deus. Jesus disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo os teus bens, dá
aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mateus 19.21).
Entretanto, o jovem rico não pode colocar Jesus acima de suas riquezas; pois a
Escritura registra, “Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se
triste, por ser dono de muitas propriedades” (Mateus 19.22). Jesus, então,
acrescentou detalhes à difícil situação do jovem, dizendo: “É mais fácil passar
um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”
(Mateus 19.24). Os discípulos (que erroneamente supunham que os homens ricos
eram os mais prováveis de serem salvos) se maravilharam e questionaram: “sendo
assim, quem pode ser salvo?” (Mateus 19.25) Jesus corrigiu seu pensamento
falho, dizendo: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível”
(Mateus 19.26). Mais tarde, Jesus demonstrou que Deus pode salvar até mesmo um
homem rico (Zaqueu, Lucas 19.1-10).
A segunda história diz respeito aos “nascimentos
impossíveis” de Jesus e João batista. Quando o anjo proclamou a Maria que ela
teria um filho entes de conhecer um homem mediante casamento, ou sendo virgem,
ela ficou assustada inicialmente devido à total impossibilidade de isso
acontecer. Maria disse: “Como será isso, pois não tenho relação com homem algum?”
(Lucas 1.34) O anjo respondeu, dizendo: “Descerá sobre ti o espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo
que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1.35). Então, o anjo
anunciou que Isabel (parente mais velha de Maria e estéril) estava grávida.
Finalmente, o anjo resumiu a concepção divina de Jesus e o milagre da gravidez
de Isabel com a seguinte explicação: “Porque para Deus não haverá impossíveis
em todas as suas promessas” (Lucas 1.37).
Por isso,
colocando-nos em oração, reconheçamos que nosso Senhor é capaz de fazer muito
mais do que fazer camelos passarem por fundos de agulhas; reconheçamos que ele
é capaz de perdoar pecadores e leva-los para o céu; reconheçamos que sua
habilidade de fazer o impossível nos assegura da certeza de suas promessas;
confiemos em sua palavra e sejamos gratos.