segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Solidariedade



            Solidariedade é uma palavra que, de tempos em tempos, vem à tona, particularmente quando ocorre alguma catástrofe – terremoto ou tsunami, por exemplo – mas que é esquecida em tempos normais. A Escritura nos diz, entretanto, que a solidariedade deve ser uma característica permanente na vida do cristão. Lemos, por exemplo, em Gálatas 6.2, “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”; e em João 13.35, “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
            De fato, o próprio Deus, Criador e Sustentador do universo, é o exemplo supremo de solidariedade. O primeiro ato divino de solidariedade em benefício do homem foi a criação da mulher. Adão estava só e Deus sabia que a solidão não lhe seria benéfica. Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2.18a), e a seguir decidiu, “far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gênesis 2.18b). Deus estabeleceu, assim, o vínculo entre o homem e a mulher: uma relação solidária de companheirismo e amor.
            A solidariedade de Deus não parou por aqui. Consultando o Antigo Testamento, observamos constantemente a ação divina na assistência ao povo escolhido, Israel. No livro de Salmos, encontramos Davi reconhecendo: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Salmo 40.1).
            Essa solidariedade de Deus para com o homem teve sua expressão máxima na vinda de Cristo, quando o Filho de Deus, deixando a glória que tinha com o Pai, “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens” (Filipenses 2.7). Deus identificou-se com o homem miserável e pecador.
            E o clímax dessa solidariedade se consumou na cruz, quando o Filho de Deus, Jesus Cristo, “reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz” (Filipenses 2.7-8), a fim de resgatar o homem do pecado e da miséria em que se encontrava.
            Tendo tal exemplo, devemos nós também ser solidários uns para com os outros. A solidariedade se exterioriza na necessidade de socorro mútuo, na assistência recíproca, no interesse em servir. O ensino de Cristo nos conduz nessa direção. Ele diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.39).
            O verdadeiro cristianismo não é teoria sem prática, a teologia acadêmica ou a frieza doutrinária. Cristianismo é amor em ação, é exercício de atenção para com o próximo, é socorro, simpatia e interesse pelo ser humano carente espiritual, física, psicológica, material e socialmente. É alegria em servir cumprindo a lei de Cristo, a qual ordena levar as cargas uns dos outros.
            Você já pensou no dinamismo do Evangelho que anuncia a Cristo e socorre o necessitado? Então conclua comigo: a vida cristã deve ser marcada pela prática do amor e da solidariedade, condições indispensáveis para um cristianismo fiel e autêntico.