Lei e
graça, Antiga e Nova Alianças, duas verdades preciosas da Escritura. Elas podem,
à primeira vista, parecer antagônicas e contraditórias, contudo não são. Antes,
completam-se de modo maravilhoso.
Três
porções da Escritura devem ser trazidas à memória. Em Deuteronômio 9.11 lemos: “Ao
fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de
pedra, as tábuas da aliança”. O apóstolo João registra: “Porque a lei foi dada
por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”
(João 1.17). E Lucas, ao registrar a instituição da Santa Ceia diz:
“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: ‘Este é o cálice da
nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós’ ” (Lucas 22.20).
Em
nossas meditações acerca da Lei e da graça, também temos considerado (embora
ainda que não mencionando) as principais características da Antiga Aliança e da
Nova Aliança. Quando o Senhor escreveu a mensagem de sua Lei sobre duas tábuas
de pedra e as deu a Moisés, ele fixou os termos da Antiga Aliança. Esse é o
ensino encontrado em Deuteronômio: “O Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as
tábuas da aliança”. Quando Jesus veio ao mundo para morrer sobre a cruz, o
Senhor estabeleceu uma Nova Aliança. Esse é o ensino encontrado em Lucas: “Este
é o cálice da nova aliança no meu sangue”.
Estas
duas alianças, da Lei e da graça, apresentam um dos temas mais contrastantes na
Palavra de Deus. “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a
verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. Compreender as diferenças entre estas
duas alianças é da maior importância para se viver a vida cristã como Deus a
propõe.
A
Lei de Deus nos revela que ele quer que a santidade caracterize nosso modo de
vida. Somente a graça de Deus pode produzir tal justiça e santidade em nossa
vida. A Lei de Deus nos revela que ele deseja que um amor semelhante ao de
Cristo permeie nossas atitudes e relacionamentos. Somente a graça de Deus pode
desenvolver este amor em nós. A Lei de Deus nos revela que ele deseja que as
perfeições do Pai germinem e cresçam em nós. Somente a graça de Deus é
suficiente para executar este processo de transformação.
A
Lei de Deus é o “O que?”; a graça de Deus é o “Como”. A Lei de Deus revela o
pecado; a graça de Deus traz o perdão para o pecado. A Lei de Deus indica o
problema do homem; a graça de Deus provê o remédio de Deus para esse problema.
A Lei de Deus exige realização por parte do homem; a graça de Deus oferece a
provisão gratuita de Deus.
A
Lei de Deus é o padrão; a graça de Deus é o modo. A lei de Deus é a vara de medida
espiritual que avalia a vida; a graça de Deus é o nutriente que produz a vida
espiritual. A Lei de Deus nos revela o caráter de Deus; a graça de Deus reproduz
este caráter em nós. A Lei de Deus é o efeito que Deus deseja ver; a graça de
Deus é a causa que gera este efeito.
Clamemos ao Deus da verdade, para
que ele nos ajude a distinguir corretamente a sua verdade; para que ele ilumine
nosso entendimento espiritual, a fim de compreendermos cada vez mais as
diferenças entre a Lei e a graça; para que ele nos mostre as implicações da
Antiga e da Nova Alianças; e para que sua Palavra nos impressione com a grande
importância dessas questões. Rendamos graças ao Senhor, nosso Deus, por sua
paciência para conosco, em virtude de nossa negligência ou confusão sobre esse
assunto. Estabeleçamos, honestamente, o propósito de viver uma vida justa e
santa, e de aprender o caminho da humilde dependência da gloriosa graça de
Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.