segunda-feira, 12 de maio de 2014

Não Rejeite a Correção Divina



            Por que será que as verdades que nos ferem mais fortemente são exatamente aqueles que mais precisamos acatar? Quando uma pessoa sofre um acidente, ela precisa tratar das partes do corpo que foram feridas. O mesmo se aplica a nossa vida espiritual. Quando nossa vida é ferida pelo pecado, por enganos ou pensamentos errôneos, precisamos aplicar a Palavra de Deus sobre o que está errado. Veja o que a escritura diz: “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal” (Salmo 107.20).
            O curioso nesse processo é que, devido à inclinação da natureza humana para a rebeldia, temos a tendência de resistir ao toque da Palavra de Deus exatamente nos pontos onde mais precisamos. O rebelde despreza interiormente os textos bíblicos que exigem submissão. Os temerosos rejeitam aqueles textos que os instruem a ser corajosos e decididos, e tendem a ignorá-los. Os que amam o dinheiro detestam as proibições claras de Deus com relação a avareza e ao amor ao dinheiro. Os orgulhosos resistem às determinações de Cristo acerca do negar a si mesmo e ao revestir-se de humildade. O impaciente zomba dos textos onde Deus exige paciência, perseverança e esperar nele, procurando racionalizá-los. Os adúlteros detestam as exortações do Novo Testamento acerca da ira de Deus contra a impureza. O rancoroso ignora deliberadamente o ensino bíblico acerca da misericórdia e do perdão.
            O fato é que muitos filhos de Deus desprezam e ignoram a Palavra de Deus de que tanto necessitam, e que iria libertá-los do pecado e curá-los da inclinação de sua natureza pecaminosa. Desse modo, em vez de sararem essas feridas, elas se tornam purulentas e o mal se agrava mais e mais. É contra essa situação que Deus soa a trombeta, dizendo: “Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte” (Hebreus 12.25) e “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto, quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras” (Salmo 95.7-9).
            Deus está dizendo a nós que precisamos ouvir a palavra de correção, quer gostemos dela ou não. E quanto mais alto protestarmos, mais certos podemos estar de que o Espírito Santo apontou um erro contumaz em nós com sua precisão de sempre. A Escritura nos diz: “Filho meu, não menospreze a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois, que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hebreus 12.5-8). O Senhor Deus lida conosco como filhos. Ele nos ama e, por isso nos corrige. A pessoa que se considera bastarda, discorda de Deus e rejeita seu amor e correção. A pessoa que reconhece ter sido adotada como filho de Deus, concorda e aceita seu amor e correção. Veja o exemplo de Davi em 2 Samuel 12. Ele pecou, foi repreendido por Deus por meio do profeta Natã, reconheceu seu pecado, o confessou e foi perdoado e curado. Esse também é o testemunho do autor do Salmo 119, ele diz: “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra” (Salmo 119.67).
            Quando pecarmos e formos repreendidos pelo Senhor nosso Deus, quer diretamente por sua Palavra quer indiretamente por meio de seus mensageiros, não rejeitemos nem desprezemos sua Palavra. Não endureçamos nosso coração. O Senhor nos ama e quer perdoar-nos e curar as feridas do pecado e da rebeldia. Lembremo-nos de que, “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por elas exercitados, fruto de justiça” (Hebreus 12.11). Não rejeitemos com orgulho e teimosia as repreensões do Senhor, antes nos rendamos e aceitemos sua correção amorosa com gratidão.