quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Mais ainda sobre a habilidade de Deus e suas promessas

            Não podemos, ainda, deixar o tema da habilidade de Deus e suas promessas. É necessário refletirmos sobre a seguinte afirmação da Escritura: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque seu em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1.12).
            Uma apreciação crescente da habilidade de Deus produz em nós uma tendência crescente de confiar nas promessas de Deus. Nessa meditação, nos lembraremos de como o relacionamento com Deus está sempre no âmago da vida cristã.
            O contexto desse testemunho do apóstolo Paulo é o sofrimento que ele estava experimentando. O apóstolo afirma: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas”. A razão de seu sofrimento diz respeito a sua chamada para pregar o evangelho, conforme o versículo anterior: “para o qual fui designado pregador, apóstolo e mestre” (2 Timóteo 1.11). Quando o Senhor Jesus chamou Paulo para servi-lo nas boas novas da graça, seus sofrimentos futuros foram claramente apresentados. O Senhor disse a seu respeito a Ananias: “Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9.16). O sofrimento é inevitável enquanto se serve a Deus em um mundo ímpio. O próprio Jesus é nosso exemplo maior. A Escritura declara: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2.21).
            Embora Paulo estivesse sofrendo, ele não sentia vergonha por estar sofrendo pelo evangelho. Observe atentamente suas palavras: “todavia, não me envergonho”. Se nosso sofrimento é devido a razões piedosas, igualmente não precisamos sentir envergonha. Pois a Escritura diz: “Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso, antes, glorifique a Deus com esse nome” (1 Pedro 4.16). A confiança que Paulo exibiu para suportar os sofrimentos de modo apropriado vinha de seu crescente relacionamento com Jesus. Note o que ele diz: “porque sei em quem tenho crido”. Visto que Paulo cria no Senhor, ele se tornara cada vez mais familiarizado com Cristo. A maravilhosa consequência da crescente intimidade com Cristo é que nos tornamos cada vez mais convencidos de sua habilidade. Observe novamente as palavras do apóstolo: “porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso”. Esta convicção abrangia todos os assuntos que Paulo confiava aos cuidados de seu Mestre: “Ele é poderoso para guardar o meu depósito”. Não importava qual era o assunto, a situação ou o problema, ao depositar nas mãos do Senhor, Paulo sabia que estava em mãos poderosas, habilidosas e confiáveis, de modo que ele podia descansar confiantemente. Também abrangia cada dia de sua vida até o retorno do Senhor Jesus: “Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia”. A habilidade do Senhor não se limita a um período de tempo, ou a uma circunstância específica, antes, ela permanecerá imutável até o Dia da volta do Senhor Jesus. Novamente Jesus nos deixou um exemplo similar, pois ele colocava suas situações diárias nas mãos de seu habilidoso Pai celestial. A Escritura afirma a esse respeito: “pois, ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2.23).
            Portanto, em oração diante de nosso Pai celestial, reconheçamos que tudo isto diz respeito ao nosso relacionamento com ele. Do mesmo modo como Jesus se relacionou com o Pai em sua vida diária, desejemos nos relacionar com Jesus. Assim, então, clamemos por sua ajuda a fim de conhece-lo cada vez mais, para que sejamos persuadidos de sua habilidade em cumprir suas promessas; reconheçamos que nossos sofrimentos produzem a necessidade de nos entregarmos às suas mãos bondosas, a partir de agora até seu retorno.