Não
podemos, ainda, deixar o tema da habilidade de Deus e suas promessas. É
necessário refletirmos sobre a seguinte afirmação da Escritura: “e, por isso,
estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque seu em quem
tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até
aquele Dia” (2 Timóteo 1.12).
Uma apreciação crescente da habilidade de Deus
produz em nós uma tendência crescente de confiar nas promessas de Deus. Nessa
meditação, nos lembraremos de como o relacionamento com Deus está sempre no
âmago da vida cristã.
O
contexto desse testemunho do apóstolo Paulo é o sofrimento que ele estava
experimentando. O apóstolo afirma: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas”.
A razão de seu sofrimento diz respeito a sua chamada para pregar o evangelho,
conforme o versículo anterior: “para o qual fui designado pregador, apóstolo e
mestre” (2 Timóteo 1.11). Quando o Senhor Jesus chamou Paulo para servi-lo nas
boas novas da graça, seus sofrimentos futuros foram claramente apresentados. O
Senhor disse a seu respeito a Ananias: “Pois eu lhe mostrarei quanto lhe
importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9.16). O sofrimento é inevitável enquanto
se serve a Deus em um mundo ímpio. O próprio Jesus é nosso exemplo maior. A
Escritura declara: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também
Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os seus
passos” (1 Pedro 2.21).
Embora
Paulo estivesse sofrendo, ele não sentia vergonha por estar sofrendo pelo
evangelho. Observe atentamente suas palavras: “todavia, não me envergonho”. Se
nosso sofrimento é devido a razões piedosas, igualmente não precisamos sentir
envergonha. Pois a Escritura diz: “Mas, se sofrer como cristão, não se
envergonhe disso, antes, glorifique a Deus com esse nome” (1 Pedro 4.16). A
confiança que Paulo exibiu para suportar os sofrimentos de modo apropriado vinha
de seu crescente relacionamento com Jesus. Note o que ele diz: “porque sei em
quem tenho crido”. Visto que Paulo cria no Senhor, ele se tornara cada vez mais
familiarizado com Cristo. A maravilhosa consequência da crescente intimidade
com Cristo é que nos tornamos cada vez mais convencidos de sua habilidade.
Observe novamente as palavras do apóstolo: “porque sei em quem tenho crido e
estou certo de que ele é poderoso”. Esta convicção abrangia todos os assuntos
que Paulo confiava aos cuidados de seu Mestre: “Ele é poderoso para guardar o
meu depósito”. Não importava qual era o assunto, a situação ou o problema, ao
depositar nas mãos do Senhor, Paulo sabia que estava em mãos poderosas,
habilidosas e confiáveis, de modo que ele podia descansar confiantemente.
Também abrangia cada dia de sua vida até o retorno do Senhor Jesus: “Ele é
poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia”. A habilidade do Senhor
não se limita a um período de tempo, ou a uma circunstância específica, antes,
ela permanecerá imutável até o Dia da volta do Senhor Jesus. Novamente Jesus nos
deixou um exemplo similar, pois ele colocava suas situações diárias nas mãos de
seu habilidoso Pai celestial. A Escritura afirma a esse respeito: “pois, ele,
quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia
ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2.23).
Portanto, em oração diante de nosso
Pai celestial, reconheçamos que tudo isto diz respeito ao nosso relacionamento
com ele. Do mesmo modo como Jesus se relacionou com o Pai em sua vida diária,
desejemos nos relacionar com Jesus. Assim, então, clamemos por sua ajuda a fim
de conhece-lo cada vez mais, para que sejamos persuadidos de sua habilidade em
cumprir suas promessas; reconheçamos que nossos sofrimentos produzem a
necessidade de nos entregarmos às suas mãos bondosas, a partir de agora até seu
retorno.