segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Mais sobre a verdade para libertar-nos da lei

            “Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gálatas 4.9-10).
            Em nossa meditação anterior, vimos que a promessa de verdade libertadora do Senhor inclui a verdade para libertar-nos da lei. Se devemos ser justificados (declarados sem culpa e justos em Cristo, devemos ser libertos da lei (que nos condena e nos declara culpados de pecado). Esse regate da lei é assegurado mediante o colocar nossa fé no Senhor Jesus e desfrutar de sua graça justificadora. A fé salvadora, uma dádiva de Deus, deve ser usada por nós para confiar em Cristo como o único e suficiente Salvador. Pois está escrito, “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo Jesus e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16).
            Mediante este exercício da fé dada por Deus, conhecemos ao Senhor. Neste ponto, muitos cristãos voltam aos esforços religiosos sob o cumprimento da lei, assumindo que podem crescer em santificação por meio de seus próprios esforços e dedicação. Observe o que a Escritura afirma: “Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecido por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres” (Gálatas 4.9a) Essas palavras repetem o tema principal deste livro revolucionário: o poder e a riqueza da graça contrastados com a fraqueza e pobreza (“rudimentos fracos e pobres”) da lei. A graça de Deus, que foi suficientemente poderosa para nos conduzir à justificação, é a única opção suficientemente poderosa para fazer-nos progredir em santificação (crescimento na vida piedosa). A graça de Deus, que foi abundantemente rica para salvar nossas almas, é a única fonte suficientemente rica para efetuar a transformação de nosso coração e caráter. A lei de Deus nunca teve o propósito de ser o meio para prover o poder ou a riqueza celestial necessária para a justificação. Nem tinha ela o propósito de produzir santificação.
            A futilidade da lei em produzir piedade pode ser vista na esperança inútil dos gálatas de que observar dias santos os capacitaria espiritualmente. Preste atenção ao que a Escritura diz, “Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gálatas 4.10). Longe de produzir lidas libertas, isto era um retorno à escravidão religiosa. Visto que a Escritura afirma, “aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?” (Gálatas 4.9b). Certamente o povo de Deus é livre para celebrar dias que possuem importância espiritual para ele. Como está escrito, “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Romanos 14.5). Não nos é requerido nem proibido observar dias. No entanto, se nossa esperança está nas observâncias religiosas, estamos seguindo em direção a escravidão religiosa, não para a liberdade espiritual.
            Por isso, em oração, nos regozijemos no poder e na riqueza da graça de Deus, a qual trouxe a justificação do pecado para nós; clamemos humildemente por suprimento diário de sua poderosa e rica graça salvadora; supliquemos que seu Espírito nos convença de pecado quando nos inclinarmos para os rudimentos fracos e pobres do cumprimento da lei.