Meditemos um pouco mais sobre a relação entre a ressurreição de Cristo
Jesus e a nossa santificação. Para isso, leiamos o que o Espírito nos diz por
meio do apóstolo Paulo: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da
sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi
todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado
nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé
em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o
poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me
com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os
mortos” (Filipenses 3.8-11).
Santificação é aquele processo pelo qual o redimido é
crescentemente separado para o propósito, uso e glória de Deus. A ressurreição
de Cristo e o poder desta ressurreição estão ligados a todo este processo. O
texto citado acima oferece discernimento adicional desta verdade.
O poder da ressurreição está novamente em vista. Contudo,
o contexto envolve mais do que capacitação celestial: “para o conhecer, e o
poder da sua ressurreição”. O contexto primário é obter conhecimento do Senhor.
Paulo afirma, “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. O maior prazer de Paulo era
conhecer seu Senhor, tornar-se mais intimamente familiarizado com ele. O
apóstolo se refere a esse objetivo abençoado como o mais elevado bem disponível
em toda a criação, pois ele declara: “considero tudo como perda, por causa da
sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. Paulo está pronto
para perder tudo a fim de obter maior intimidade com o Senhor. Para ele, este
conhecimento de Cristo era sublime, uma palavra que pode ser traduzida como “de
excelente valor”.
Nosso relacionamento com o Senhor começou no “poder de
sua ressurreição”. Estávamos mortos em nossos pecados, e o Senhor nos
ressuscitou para uma nova vida quando cremos nele. Que maravilhoso modo de dar
início a nossa relação pessoal com Deus! Um glorioso período de alegria e
gratidão acompanhou esta ressurreição pessoal. O poder da ressurreição de Jesus
proporcionou-nos essa grande apreciação de quem nosso Senhor realmente é, um
Deus de força e poder.
Durante o tempo que marchamos juntos, contudo,
descobrimos que existem outros meios de conhecermos nosso Senhor mais
plenamente, a saber, “a comunhão dos seus sofrimentos”. Muitos de nós que seguimos
a Cristo fomos surpreendidos quando, depois de crermos em Jesus, enfrentamos
algum tipo de sofrimento pessoal. Talvez, em nossos primeiros dias jubilosos
com Jesus, tivéssemos como certo que provações nunca fariam parte de nosso
caminho. Eventualmente, porém, começamos a sofrer como Jesus sofreu (por fazer
a coisa certa, por causa da justiça). “Porquanto para isso mesmo fostes
chamados, pois também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para
seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2.21). Como nosso relacionamento com ele se
aprofundou naquelas provações! Aprendemos mais sobre o difícil caminho pelo
qual ele andou aqui na terra. Descobrimos quão fiel e compassivo ele foi quando
clamamos por ele em nossa necessidade. Em outras palavras, nosso amor por ele
cresceu, bem como nosso conhecimento dele.
Por isso, coloquemos
diante de nosso Senhor de poder e compaixão, exaltando-o por seu poder da
ressurreição e glorificando-o por sua incomparável compaixão. Pois ele tem
permitido que experimentemos estas coisas a fim de crescermos no conhecimento
dele. Roguemos que ele manifeste seu poder em nossa fraqueza e sua compaixão em
nossos sofrimentos, e assim nos permita conhecê-lo mais e mais.