A
liberdade que desfrutamos em virtude da habitação do Espírito Santo em nós, e
liberdade que gera transformação. Observe o que a Escritura diz: “E todos nós,
com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor,
somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3.18).
Viver dia
a dia sob a nova aliança da graça permite ao Espírito Santo nos libertar
espiritualmente, pois, “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2
Coríntios 3.17). Onde se concede liberdade para o Espírito Santa trabalhar, há
liberdade para ser transformado.
Esse
processo de transformação é para todo cristão que deseja viver com base nos
termos da nova aliança, visto que a Escritura diz: “e a todos nós”. As
condições são simples: renunciar a autossuficiência (“Não que, por nós mesmos,
sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós” [2 Coríntios
3.5a]), e depender da suficiência de Deus (“pelo contrário, a nossa suficiência
vem de Deus” [2 Coríntios 3.5b]). Aqueles que rejeitam os recursos humanos (a
carne) buscam a Deus “com o rosto desvendado”. Eles vêm humildemente, sem
qualquer véu de pretensão ou de auto justificação.
Vir ao
Senhor deste modo traz uma bênção permanente: “contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor”. Três espelhos refletem a glória de Cristo dos lugares
celestiais na experiência do redimido aqui na terra: a criação, a igreja e as
Escrituras. O universo proclama sua glória, como afirma o Salmo 19.1: “Os céus
proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.”
Igualmente, o Senhor pode ser visto vivendo em seu povo, “porque nós, que
vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a
vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2 Coríntios 4.11). Estes
dois espelhos são úteis, mas eles podem ser distorcidos pelo pecado. O espelho
que reflete a glória do Senhor perfeitamente é sua Palavra, visto que “A lei do
Senhor é perfeita” (Salmo 19.7) e “são elas mesmas (as Escrituras) que
testificam de mim” (João 5.39).
A medida
que buscamos humildemente ao Senhor em sua Palavra, contemplamos a sua glória
nelas. A maravilhosa consequência é que nós “somos transformados, de glória em
glória, na sua própria imagem” Uma área após outra, de um degrau para outro,
somos transformados na semelhança daquele glorioso que contemplamos. Esse
processo é realizado somente quando se permite ao Espírito fazê-lo, como
declara a Escritura: “como pelo Senhor, o Espírito”.
Por conseguinte,
coloquemo-nos em oração diante de nosso Pai celestial, desejando ser mais
semelhante a seu Filho; pedindo perdão por negligenciarmos, às vezes, sua
Palavra; suplicando que ele nos atraia constantemente para as Escrituras, de
modo que possamos contemplar humildemente a glória de Jesus; e agradecendo pela
obra de seu Espírito em nós, o qual é apto para nos transformar crescentemente
semelhantes a Cristo.