domingo, 22 de maio de 2016

Mais sobre a ressurreição e a justificação



             Dediquemos um pouco mais de tempo para refletir sobre a relação entre a Ressurreição e a Justificação. A Escritura afirma: “Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos” (Colossenses 2.12-13).
            Esses versículos, repletos de verdade, explicam o papel da ressurreição no início de nossa caminhada com Deus por meio da justificação, quando ele nos declarou justos em Cristo. Nessa obra inicial do Senhor em nosso favor, fomos “sepultados, juntamente com ele, no batismo”. Aqui, batismo se refere a nossa identificação com Cristo, não ao sacramento do batismo com água. Quando cremos no Senhor Jesus, fomos unidos a ele, feitos um com ele, identificados com ele. “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte” (Romanos 6.5). Da perspectiva de Deus, aqueles que confiam em Jesus Cristo morreram na cruz com ele e foram sepultados no túmulo com ele. O sacramento do batismo com água dá testemunho dessa verdade. Mas não produz essa realidade. A identificação com Cristo faz disso nossa história espiritual diante de Deus. Aos olhos de Deus, nosso velho homem foi crucificado e sepultado.
            Por meio da fé em Cristo e de nossa identificação com ele, também fomos para a sepultura com ele. “no qual (isto é, pela identificação) igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”. Assim como a morte de Cristo tornou-se a nossa morte por meio da identificação, assim também a ressurreição de Cristo tornou-se nossa ressurreição. Como a Escritura declara: “Pois, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Romanos 6.5). Aos olhos de Deus, fomos ressuscitados para uma nova vida em Cristo. “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6.4).
            O versículo seguinte de Colossenses oferece outro aspecto de nossa necessidade de ressurreição espiritual pessoal. Lemos ali: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos”. Antes de sermos justificados por meio da fé em Cristo, não éramos apenas culpados e estávamos condenados, nós estávamos espiritualmente mortos. Não tínhamos verdadeira vida em nós. Não podíamos nos relacionar com Deus ou interagir com ele. Para iniciarmos nossa caminhada com Deus em justificação, o Senhor teve de ressuscitar-nos juntamente com Cristo de nossa morte espiritual.
            Por isso, de joelhos diante de Deus, lembrando-nos da condição miserável em que vivíamos, rendamos graças a Deus por ter-nos justificado graciosamente em Cristo, conscientes de que nada merecíamos; lembrando-nos que estávamos mortos espiritualmente, rendamos graças por nos crucificar e sepultar juntamente com Cristo, e por nos ressuscitar nele para uma nova vida; lembrando-nos da nossa total falta de méritos, louvemos ao Senhor pela natureza radical da sua graça salvadora, pelo poder da ressurreição do Senhor Jesus, e pela realidade da nova vida que temos em Cristo.