Dediquemos um pouco mais de
tempo para refletir sobre a relação entre a Ressurreição e a Justificação. A
Escritura afirma: “Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no
qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o
ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas
transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com
ele, perdoando todos os nossos delitos” (Colossenses 2.12-13).
Esses versículos, repletos de verdade, explicam o papel
da ressurreição no início de nossa caminhada com Deus por meio da justificação,
quando ele nos declarou justos em Cristo. Nessa obra inicial do Senhor em nosso
favor, fomos “sepultados, juntamente com ele, no batismo”. Aqui, batismo se
refere a nossa identificação com Cristo, não ao sacramento do batismo com água.
Quando cremos no Senhor Jesus, fomos unidos a ele, feitos um com ele,
identificados com ele. “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua
morte” (Romanos 6.5). Da perspectiva de Deus, aqueles que confiam em Jesus
Cristo morreram na cruz com ele e foram sepultados no túmulo com ele. O
sacramento do batismo com água dá testemunho dessa verdade. Mas não produz essa
realidade. A identificação com Cristo faz disso nossa história espiritual
diante de Deus. Aos olhos de Deus, nosso velho homem foi crucificado e
sepultado.
Por meio da fé em Cristo e de nossa identificação com
ele, também fomos para a sepultura com ele. “no qual (isto é, pela
identificação) igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus
que o ressuscitou dentre os mortos”. Assim como a morte de Cristo tornou-se a
nossa morte por meio da identificação, assim também a ressurreição de Cristo
tornou-se nossa ressurreição. Como a Escritura declara: “Pois, se fomos unidos
com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança
da sua ressurreição” (Romanos 6.5). Aos olhos de Deus, fomos ressuscitados para
uma nova vida em Cristo. “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do
Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6.4).
O versículo seguinte de Colossenses oferece outro aspecto
de nossa necessidade de ressurreição espiritual pessoal. Lemos ali: “E a vós
outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da
vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos
delitos”. Antes de sermos justificados por meio da fé em Cristo, não éramos
apenas culpados e estávamos condenados, nós estávamos espiritualmente mortos.
Não tínhamos verdadeira vida em nós. Não podíamos nos relacionar com Deus ou
interagir com ele. Para iniciarmos nossa caminhada com Deus em justificação, o
Senhor teve de ressuscitar-nos juntamente com Cristo de nossa morte espiritual.
Por isso, de joelhos
diante de Deus, lembrando-nos da condição miserável em que vivíamos, rendamos
graças a Deus por ter-nos justificado graciosamente em Cristo, conscientes de
que nada merecíamos; lembrando-nos que estávamos mortos espiritualmente,
rendamos graças por nos crucificar e sepultar juntamente com Cristo, e por nos
ressuscitar nele para uma nova vida; lembrando-nos da nossa total falta de méritos,
louvemos ao Senhor pela natureza radical da sua graça salvadora, pelo poder da
ressurreição do Senhor Jesus, e pela realidade da nova vida que temos em
Cristo.
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