Em nossa meditação anterior, consideramos o início de nosso relacionamento
com Deus. Hoje, consideraremos a continuidade e o aperfeiçoamento desse
relacionamento. Para tanto, vejamos o que a Escritura nos diz por meio do
apóstolo Paulo, “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas
obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado
no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne”? (Gálatas 3.2-3).
É necessária a obra do Espírito Santo para a pessoa iniciar sua vida com
Deus; pois ela ocorre por meio do novo nascimento e da justificação, realizados
em seu coração pelo Espírito de Deus. O Espírito Santo também deve estar operando
nos cristãos para que eles continuem com Deus em crescimento e santificação.
Essas verdades são declaradas em Gálatas 3.2-3 (texto que consideramos
anteriormente quando tratamos da “Incapacidade da Lei para Santificar”).
A parte inicial da presente passagem da Escritura usa uma
pergunta para dirigir-se ao começo da vida com Deus. Ela diz: “Recebestes o Espírito
pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” A resposta a esta pergunta é óbvia.
Ninguém jamais pode ter o Espírito de Deus vindo habitar nele com base em seu
cumprimento da lei de Deus. Somente a “pregação da fé” pode produzir essa
habitação. O Espírito Santo veio viver em nós quando ouvimos o evangelho de
Jesus Cristo e cremos nele. Naquela ocasião, nossos pecados foram perdoados,
fomos justificados (declarados sem culpa, retos aos olhos de Deus), e nascemos
de novo pelo Espírito. Todas essas coisas marcaram o começo de nosso
relacionamento com Deus. Todas elas envolveram a obra do Espírito Santo em nós.
As palavras finais de nosso texto usam duas perguntas
para aplicar essa questão da obra do Espírito para continuarmos nossa vida com
Deus. “Sois assim insensatos?” “Tendo começado no Espírito, estejais, agora,
vos aperfeiçoando na carne?” Aqueles que são filhos de Deus começam sua vida
com ele “no Espírito”. Ora, seria espiritualmente insensato pensar que podem
progredir com Deus “na carne”. Certamente concordamos com o Senhor quando ele
diz que não podemos produzir nosso próprio nascimento espiritual em sua
família. Devemos “nascer do Espírito” (João 3.6). Certamente precisamos
concordar com Deus quando ele diz que não podemos realizar nosso próprio
crescimento espiritual, isto é, nos aperfeiçoarmos “na carne”.
O Senhor deseja que amadureçamos e nos desenvolvamos
nesta nova vida em Cristo. Esse crescimento em Cristo é uma questão espiritual.
“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”
(João 3.6). Os recursos que temos recebido de nossos pais terrenos são da
carne. Essas capacidades naturais não podem produzir desenvolvimento
espiritual em nossas vidas. O processo de aperfeiçoamento, tornar-nos cada vez
mais semelhantes ao Senhor Jesus Cristo, precisa da obra contínua do Espírito Santo em nós. Lembremo-nos, os meios que Deus usa para começar em nós a
vida com ele (justificação) são os mesmos meios que ele usa para fazer-nos
crescer nele (santificação).
Coloquemo-nos,
humildemente, diante de nosso Pai santo, admitindo que temos sido
frequentemente insensatos ao pensar que podemos produzir mais piedade em nós
por meio de nossos próprios esforços. Reconheçamos que precisamos do Espírito
de Deus para o crescimento espiritual, tanto como precisamos dele para o
nascimento espiritual. E, visto que o buscamos mediante a oração e a Palavra,
roguemos que ele realize em nós o crescimento e a santificação por meio da
obra do Espírito Santo, transformando-nos para sermos semelhantes a Jesus
Cristo, nosso Salvador.