segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Mais sobre escravidão versus liberdade



Precisamos dedicar um pouco mais de tempo meditando sobre o tema da escravidão versus liberdade. Para isso, vejamos o que a Escritura diz: “Mas os sentidos deles se embotam. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.14-17).
            A nova aliança da graça, a qual depende do viver pelo Espírito do Senhor, produz liberdade, pois, “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. A antiga aliança produz escravidão naqueles que tentam viver sob ela, porque ela não fornece recursos para satisfazer suas exigências. Em nossa última meditação, consideramos a escravidão do segredo, a qual é resultado da vida com base na suficiência humana. Cegueira espiritual é outra escravidão que resulta da vida sob a lei.
            Os israelitas foram cegados por um véu como resultado da dureza do coração; como afirma a Escritura, “Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido”. Essa dureza de coração está relacionada à autossuficiência. João Batista mostrou os padrões justos de Deus e convocou o povo a arrepender-se de seus pecados. Luvas registra: “Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Lucas 3.3). João Batista estava consciente de que muitos possuíam uma confiança autossuficiente em sua descendência (sua linhagem sanguínea com Abraão). Então ele os adverte: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lucas 3.8). Jesus também combateu esta mesma dureza de coração durante sua pregação; pois lemos: “Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizeis tu: Sereis livres?” (João 8.33). Como o fariseu auto justificado, essas pessoas pensavam que eram melhores que as demais, e que não tinham, portanto, necessidade de arrependerem-se. Observe o seguinte registro das Escrituras: “Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros; ... O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano” (Lucas 18.9, 11). Muitas pessoas, hoje em dia, confiam em sua herança religiosa para lhes der uma posição aceitável diante do Senhor.
            Essa dureza de coração leva à cegueira espiritual. Ela impede as pessoas de verem-se como Deus as vê. Deus lhes fala sobre sua necessidade, mas elas não estendem a mão em direção a ele para receber a ajuda necessária. Como isso é trágico, porque somente ele é capaz de remover a cegueira. Somente em Cristo é que o véu é removido. Como o apóstolo diz, “Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado”.
            Por isso, coloquemo-nos em oração diante do Deus justo, arrependidos de confiar em nossa justiça própria; suplicando para que torne nosso coração sensível e dócil para com ele; suplicando que não nos deixe cambalear em um véu de cegueira espiritual; e humildemente nos convertendo ao Senhor.