Precisamos dedicar um pouco mais de tempo meditando
sobre o tema da escravidão versus
liberdade. Para isso, vejamos o que a Escritura diz: “Mas os sentidos deles se
embotam. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o
mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas
até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando,
porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é
o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios
3.14-17).
A
nova aliança da graça, a qual depende do viver pelo Espírito do Senhor, produz
liberdade, pois, “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. A antiga aliança
produz escravidão naqueles que tentam viver sob ela, porque ela não fornece
recursos para satisfazer suas exigências. Em nossa última meditação,
consideramos a escravidão do segredo, a qual é resultado da vida com base na
suficiência humana. Cegueira espiritual é outra escravidão que resulta da vida
sob a lei.
Os
israelitas foram cegados por um véu como resultado da dureza do coração; como
afirma a Escritura, “Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de
hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes
sendo revelado que, em Cristo, é removido”. Essa dureza de coração está
relacionada à autossuficiência. João Batista mostrou os padrões justos de Deus
e convocou o povo a arrepender-se de seus pecados. Luvas registra: “Ele
percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de arrependimento
para remissão de pecados” (Lucas 3.3). João Batista estava consciente de que
muitos possuíam uma confiança autossuficiente em sua descendência (sua linhagem
sanguínea com Abraão). Então ele os adverte: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão;
porque eu vos afirmo que destas pedras deus pode suscitar filhos a Abraão”
(Lucas 3.8). Jesus também combateu esta mesma dureza de coração durante sua
pregação; pois lemos: “Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais
fomos escravos de alguém; como dizeis tu: Sereis livres?” (João 8.33). Como o
fariseu auto justificado, essas pessoas pensavam que eram melhores que as
demais, e que não tinham, portanto, necessidade de arrependerem-se. Observe o
seguinte registro das Escrituras: “Propôs também esta parábola a alguns que
confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros; ...
O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano” (Lucas 18.9, 11). Muitas pessoas, hoje em dia,
confiam em sua herança religiosa para lhes der uma posição aceitável diante do
Senhor.
Essa dureza de
coração leva à cegueira espiritual. Ela impede as pessoas de verem-se como Deus
as vê. Deus lhes fala sobre sua necessidade, mas elas não estendem a mão em
direção a ele para receber a ajuda necessária. Como isso é trágico, porque
somente ele é capaz de remover a cegueira. Somente em Cristo é que o véu é
removido. Como o apóstolo diz, “Quando, porém, algum deles se converte ao
Senhor, o véu lhe é retirado”.
Por isso, coloquemo-nos em oração diante do Deus justo, arrependidos de
confiar em nossa justiça própria; suplicando para que torne nosso coração
sensível e dócil para com ele; suplicando que não nos deixe cambalear em um véu
de cegueira espiritual; e humildemente nos convertendo ao Senhor.