Movido por sua graça, o Pai celestial envia o Espírito Santo não apenas
para nos regenerar, aplicar os benefícios salvíficos de Cristo em nós e
habitar em nossos corações. O Pai celestial deseja e ordena que continuemos
deixando que o Espírito Santo nos encha completamente. E essa plenitude do
Espírito produz resultados visíveis. A Escritura diz: “E não vos embriagueis
com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espirite falando entre vós
com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos
espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Efésios
5.18-21).
Quando uma pessoa está cheia do Espírito Santo, quais serão os resultados
em sua vida? Quais evidências serão desenvolvidas para validar a obra do
Espírito em plenitude? Em algumas tradições eclesiásticas, que dão considerável
atenção à plenitude do Espírito, são enfatizadas evidências limitadas (como as
mencionadas, frequentemente em Atos: línguas, profecia ou ousadia) A descrição
bíblica completa é muito maior que esta concepção.
Efésios 5.18-21 é um exemplo clássico da ampla perspectiva da Escritura
sobre este assunto. No versículo 18, é dada a ordem para “enchei-vos do
Espírito”. Os versículos seguintes (19-21) listam as consequências espirituais
que acompanharão uma vida caracteristicamente cheia do Espírito.
Quando o crente em Jesus Cristo vive na plenitude do Espírito, ele será
levado a uma vida de comunhão com outros, capacitado para vivê-la e para
ministrar a outros: “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais”. Estas palavras se encaixam
naquelas ocasiões em que os cristãos se reúnem para celebração espiritual por
meio da música. Parte da música da igreja é dirigida para outros cristãos na
forma de exortação e edificação. Um cristão cheio do Espírito estará envolvido
“um na vida do outro” no corpo de Cristo.
Intimamente relacionado a isto, contudo, está a presença essencial de uma
adoração de coração: “entoando e louvando de coração ao Senhor”. A comunhão
genuína e o ministério eficaz brotam de uma vida interior focada na adoração
do Senhor. Um cristão cheio do Espírito será um adorador do Deus vivo e
verdadeiro.
Além disto, quando um discípulo de Jesus está cheio do Espírito, sua vida
será caracterizada por superabundância de ação de graças: “dando sempre graças
por tudo a nosso Deus e Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo”. O mundo e a
carne produzem reclamação e descontentamento. O Espírito do Senhor incita a
gratidão e a apreciação.
Além do mais, submissão servil é um atributo comum de alguém que está
cheio do Espírito: “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. A
humanidade natural deseja controlar as pessoas e exercer domínio sobre elas. O
Espírito de Cristo, o servo de todos (Mateus 20.28), produz serviço humilde por
parte daqueles que reverenciam ao Senhor.
Colocando-nos
diante de nosso Pai celestial, nos submetamos diante da ordem para ser cheio do
Espírito. Necessitamos disto; desejemos isto. Arrependidos, peçamos perdão
pelas vezes negligência quanto a isto, e pelas ocasiões de isolamento e
egoísmo; e roguemos que ele nos encha com seu Espírito para vivermos em
comunhão e para servirmos aos outros. Clamemos seu perdão pelas ocasiões de
religião sem vida em nós; e roguemos que nos encha com seu Espírito para nos
tornar verdadeiros adoradores. Clamemos seu perdão por nossas queixas e
reclamações; e roguemos que nos encha com seu Espírito para superabundarmos em
ações de graças. Clamemos seu perdão por nossos desejos domínio sobre outros e
ações nessa direção; e roguemos que nos encha com o seu Espírito para nos
sujeitarmos como servos uns aos outros no temor do Senhor Jesus.