sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Davi confessando o Senhor como o seu Deus

            “Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida. Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o meu Deus” (Salmo 31.13-14).

            Viver pela graça envolve olhar para o Senhor como o único que deve operar seus caminhos em nossa vida e por meio dela. Outra indicação distintiva de que Davi viveu desta maneira foi seu hábito de confessar o Senhor como o seu Deus. Observe suas palavras: “Eu disse: tu és o meu Deus”.

            Essas confissões, feitas por Davi, não eram mera cerimônia religiosa, feitas em ambientes de tranquilidade e segurança. Pelo contrário, ele fez essas confissões em períodos de ameaça e de impossibilidade. Quando Davi proferiu essa confissão em particular, muitas pessoas estavam vindo contra ele com uma avalanche de ataques difamadores. Davi diz: “Pois tenho ouvido a murmuração de muitos”. A situação era tão ruim que circunstâncias terríveis o cercavam, como ele relata, “terror por todos os lados”. Seus difamadores estavam conspirando contra ele, visto que ele relata: “conspiram contra mim”. O objetivo dessas pessoas era uma vitória total; eles estavam conspirando a fim de destruí-lo completamente: “tramam tirar-me a vida”.

            Davi, como muitos filhos de Deus, encontrou-se frequentemente envolvido em situações de conflito. Um desses muitos conflitos incluiu insultos cruéis, que até mesmo acusavam Davi de ser desamparado pelo Senhor. Como somos informados no Salmo 71: “Pois falam contra mim os meus inimigos; e os que me espreitam a alma consultam reunidos, dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre” (v. 10-11).

            Outro conflito foi acompanhado pelo mesmo tipo característico de dor. Davi estava sob a ameaça de morte pelas mãos de Saul, o rei a quem ele tinha servido fielmente. O cabeçalho do Salmo 59 registra esta oposição dolorosa, dizendo: “Ao mestre de canto, segundo a melodia ‘Não destruas’. Hino de Davi, quando Saul mandou que lhe sitiassem a casa, para o matar”.

            Uma oposição trouxe a Davi uma medida única de agonia pessoal. Esta ocorreu quando o próprio filho de Davi, Absalão, veio para usurpar o trono de seu pai. Acerca disso, lemos: “Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele” (Salmo 3.1-2). O cabeçalho desse Salmo indica que Absalão liderou esse exército de insurgentes, dizendo: “Salmo de Davi quando fugia de Absalão, seu filho”.

            Em cada uma dessas cruéis e dolorosas traições Davi confessou que o Senhor era o seu Deus. Observe, “Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o meu Deus” (Salmo 31.14). “Não te ausentes de mim, ó Deus; Deus meu, apressa-te em socorrer-me” (Salmo 71.12). “Livra-me, deus meu, dos meus inimigos; põe-me acima do alcance dos meus adversários” (Salmo 59.1). “Levanta-te, Senhor! Salva-me, Deus meu, pois feres nos queixos a todos os meus inimigos e aos ímpios quebras os dentes” (Salmo 3.7).

            Por isso, em oração, também confessemos o Senhor como o nosso Deus quando enfrentarmos oposição ou ataque. Mesmo quando nosso coração estiver sofrendo com muitas traições dolorosas, procuremos confessá-lo como o Mestre soberano, que está no controle de cada aspecto da nossa vida.