domingo, 1 de novembro de 2015

Os desejos contrários da carne e do Espírito



A partir do momento em que recebemos a Jesus como nosso Salvador e Senhor pessoal, começamos uma nova vida e entramos em uma terrível luta espiritual inter­na. Uma das ocasiões em que a Escritura nos apresenta essa luta espiritual está em Gálatas. Ali, o Senhor nos diz por meio de Paulo: “Porque a carne milita contra o Espíri­to, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5.17).
Todo crente em Cristo tem passado pela experi­ência frustrante de desejar fazer o que agrada ao Senhor, mas ser incapaz de realmente fazê-lo. Estamos falando aqui de uma luta espiritual interna por trás dessa falha. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, con­tra a carne.” O Espírito de Deus habita em nossas vidas. Ele é o “Espírito de santidade” (Romanos 1.4). Ele deseja que sejamos “participantes de sua santidade” (Hebreus 12.10), e, dessa forma, andemos em piedade. Contudo, a carne (a natureza pecaminosa) também permanece pre­sente em nossas vidas. Esses desejos naturais da nature­za humana pecadora não são em direção da santidade, mas, ao contrário, em direção da autoindulgência e da autossuficiência. Assim, o que o Espírito Santo deseja e o que nossa carne almeja são colocados um contra o outro. “Porque são opostos entre si.” A consequência desse conflito espiritual interno é: “para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” Mesmo que desejos piedosos se desenvolvam em nós como novas criaturas, nos achamos incapazes de efetuar esses novos desejos mediante nossas boas intenções.
O apóstolo Paulo deu testemunho sobre seu fracasso nessa luta espiritual interna, dizendo: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7.19). O problema era que os recur­sos pessoais de Paulo (a carne) não eram apropriados para produzir os resultados desejados. “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim não, porém, o efetuá-lo” (Romanos 7.18). Sim, Paulo tinha alguns desejos piedo­sos; pois ele diz: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Romanos 7.22). No entanto, havia um problema que ele não conseguia resolver em si mesmo: “Mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisionei­ro da lei do pecado que está nos meus membros” (Roma­nos 7.23). A tendência ao pecado, que habitava nos membros de Paulo (seu corpo, seu cérebro) o arrastavam para a derrota. Ele precisava de ajuda.
O acesso a esse resgate divino necessário se deu por meio de um humilde clamor por libertação: “Des­venturado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7.24). Essa relevante confissão da falência espiritual de sua carne o levou a outra confissão de certeza de vitória: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Romanos 7.25). Essa humilde volta de si mesmo para Cristo lhe permitiu andar no Espírito (Ro­manos 8), vivendo mediante seus recursos vitoriosos: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Romanos 8.2). 
Coloquemo-nos em oração diante do Libertador Todo-poderoso, e humildemente admitamos não sermos capazes de efetuar, por nossos próprios esforços, os desejos piedosos que se desenvolvem em nós; reconhe­çamos que necessitamos do Senhor Jesus; e reconheça­mos que, muitas vezes, nossas santas intenções têm acabado em derrota carnal. Clamemos ao Senhor, supli­cando pelos recursos do Espírito da vida, a fim de ven­cermos nossas lutas contra nossa carne.