Como
cristãos estamos expostos a vários perigos. Satanás, nosso adversário, com
astúcia e sagacidade, lança “dardos inflamados” a fim de influenciar nosso pensamento
e comportamento. Entre eles encontra-se o dardo da negligência. A palavra grega,
traduzida como negligente, tem o sentido de ser lento, ser lerdo, ser vagaroso,
ser indolente, ser apático. Como exemplo, em Hebreus 5.11, encontramos “tardios
em ouvir”; em Hebreus 6.12, “indolentes”; e em Provérbios 12.8, “lento de
coração”. Seu objetivo com esse dardo é fazer-nos indolentes e apáticos –
negligentes – quanto às coisas de Deus. Assim, a negligência é perigosa pelo
menos por três motivos.
Em
primeiro lugar, a negligência é perigosa, porque ela faz com que Deus se
desagrade de nós. Caim e Abel gozaram da bênção de adorar a Deus (Gênesis
4.1-7). No entanto, Caim foi negligente para com essa bênção, o que provocou o
desagrado de Deus. A Escritura diz que “de Caim e de sua oferta não se agradou”
o Senhor.
A
negligência é perigosa, em segundo lugar, porque ela faz com que Deus se
aborreça de nós. Deus concedeu a Esaú a bênção do direito de primogenitura.
Contudo, Esaú desprezou essa bênção, vendeu-a a preço de um prato de comida e
foi negligente para com ela. O resultado, Deus se aborreceu de Esaú, isto é,
Deus não amou Esaú.
Em
terceiro, a negligência é perigosa porque ela faz com que Deus nos rejeite. Os
filhos de Eli, Hofni e Finéias, gozavam da bênção de serem sacerdotes de Deus,
e se tornariam sumo sacerdotes, mais tarde. Entretanto, procederam mau e
abusaram de seus privilégios. Deus os advertiu quanto a seu comportamento,
contudo eles foram indolentes, tardios em ouvir, negligentes. Como
consequência, Deus os rejeitou como sacerdotes.
Nós,
cristãos, gozamos de privilégios espirituais: adorar a Deus, direitos de filiação,
sacerdócio etc. Nós, cristãos, corremos o risco de, influenciados pelo dardo
inflamado de Satanás, sermos indolentes, de tratarmos os privilégios
espirituais com negligência, de usufruirmos das bênçãos com apatia. Faz-se
necessário estarmos alertas a este perigo, usarmos o escudo da fé para deter e
apagar esse dardo inflamado, empregarmos toda diligência e buscarmos graça e
força em Deus, a fim de não nos tornarmos negligentes, indolentes ou apáticos.