sexta-feira, 29 de maio de 2020

Mais sobre as promessas de Deus e o descanso de Deus

            “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hebreus 4.9-10).
            Está incluso nas promessas de Deus um descanso para seu povo. Esse descanso não começa apenas com o descanso da culpa e da condenação do pecado, mas ele também pode progredir para um descanso do esforço carnal e da autossuficiência inútil. O versículo de nossa meditação fala desse último descanso. Observe o que o espírito Santo diz por meio do autor da carta aos Hebreus: “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.” Aqueles que são considerados povo de Deus o são por terem entrado no descanso de Deus do pecado e da culpa. Todavia, tendo experimentado deste descanso, diz a Escritura, ainda há “um repouso para o povo de Deus.”
            A entrada nesse descanso espiritual adicional exige a cessação das obras. Atente para o que o Espírito diz: “Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.” Para descansar no Senhor para uma vida crescente de piedade, serviço e frutificação, a pessoa deve estar disposta a renunciar a si mesma como a fonte ou causa da obra. Anteriormente, vimos que o apóstolo Paulo andou e viveu para Deus deste modo. Ele disse: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10). Paulo trabalhou mais duro que qualquer outro líder na igreja primitiva. Todavia, ele reconheceu que a realidade capacitadora era a graça de Deus, não ele mesmo. Isto combina perfeitamente com outra confissão de Paulo, a qual também consideramos em meditações anteriores, por exemplo, “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3.5). Finalmente, uma vida como esta é explicada como o próprio Cristo expressando sua vida em nós e por nosso intermédio. Como está escrito: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.19-20).
            Essa cessação de nossas obras deve ser tão completa como a cessação de Deus de sua obra de criação. Observe o que a Escritura afirma: “Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hebreus 4.10). Deus descansou no sétimo dia porque sua obra de criação estava terminada. Nós devemos descansar de nossas obras porque não podemos adicionar nada à obra terminada de Cristo por nós. Ele consumou nossa redenção na cruz. Jesus mesmo declarou: “Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (João 19.30). Jesus também preparou obras das quais deseja que façamos parte pela fé. A Escritura diz: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.10).
            Portanto, em oração, reconheçamos que devemos descansar nele diariamente para crescermos e servirmos, descansar tão completamente nele como fizemos para a salvação; supliquemos que ele nos ajude a cessarmos de nossos esforços inúteis, e sermos capazes de confiar nele para operar em nós e por nosso intermédio.