“Portanto,
resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de
Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hebreus
4.9-10).
Está incluso nas
promessas de Deus um descanso para seu povo. Esse descanso não começa apenas
com o descanso da culpa e da condenação do pecado, mas ele também pode
progredir para um descanso do esforço carnal e da autossuficiência inútil. O
versículo de nossa meditação fala desse último descanso. Observe o que o
espírito Santo diz por meio do autor da carta aos Hebreus: “Portanto, resta um
repouso para o povo de Deus.” Aqueles que são considerados povo de Deus o são
por terem entrado no descanso de Deus do pecado e da culpa. Todavia, tendo
experimentado deste descanso, diz a Escritura, ainda há “um repouso para o povo
de Deus.”
A
entrada nesse descanso espiritual adicional exige a cessação das obras. Atente
para o que o Espírito diz: “Porque aquele que entrou no descanso de Deus,
também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.” Para descansar
no Senhor para uma vida crescente de piedade, serviço e frutificação, a pessoa
deve estar disposta a renunciar a si mesma como a fonte ou causa da obra. Anteriormente,
vimos que o apóstolo Paulo andou e viveu para Deus deste modo. Ele disse: “Mas,
pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas
a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10). Paulo trabalhou mais duro que
qualquer outro líder na igreja primitiva. Todavia, ele reconheceu que a
realidade capacitadora era a graça de Deus, não ele mesmo. Isto combina
perfeitamente com outra confissão de Paulo, a qual também consideramos em meditações
anteriores, por exemplo, “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar
alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem
de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da
letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2
Coríntios 3.5). Finalmente, uma vida como esta é explicada como o próprio
Cristo expressando sua vida em nós e por nosso intermédio. Como está escrito:
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.19-20).
Essa
cessação de nossas obras deve ser tão completa como a cessação de Deus de sua
obra de criação. Observe o que a Escritura afirma: “Porque aquele que entrou no
descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”
(Hebreus 4.10). Deus descansou no sétimo dia porque sua obra de criação estava
terminada. Nós devemos descansar de nossas obras porque não podemos adicionar
nada à obra terminada de Cristo por nós. Ele consumou nossa redenção na cruz.
Jesus mesmo declarou: “Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito”
(João 19.30). Jesus também preparou obras das quais deseja que façamos parte
pela fé. A Escritura diz: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”
(Efésios 2.10).
Portanto, em oração,
reconheçamos que devemos descansar nele diariamente para crescermos e
servirmos, descansar tão completamente nele como fizemos para a salvação;
supliquemos que ele nos ajude a cessarmos de nossos esforços inúteis, e sermos
capazes de confiar nele para operar em nós e por nosso intermédio.