domingo, 16 de setembro de 2018

Mais reflexões sobre a obediência pela graça de Deus


“Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.3) “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Coríntios 3.5).
            Reflitamos, uma vez mais, nas passagens já vistas que mostram como a obediência a Deus está relacionada a sua graça. Gálatas 3.3 se encaixa de modo apropriado nessa categoria.
            Nossa vida com Deus, desde seu início, foi produzida pela ação do seu Espírito. Como está escrito: “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3.5). Naquela ocasião, admitimos humildemente nossos pecados e nos lançamos sobre a misericórdia de Deus. O Espírito Santo produziu em nós o novo nascimento, a nova vida. Essa obra do Espírito é ligada à graça de Deus na mesma frase, que diz: “a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.7). Assim, o início de nossa vida com Deus está relacionado à ação do seu Espírito, o Espírito Santo, aplicando sua graça em nós.
            Agora, tendo experimentado o novo nascimento espiritual pelo Espírito (por graça), seremos insensatos a ponto de pensar que podemos ser aperfeiçoados espiritualmente pela carne (pela mera atividade humana)? Essa é a pergunta apresentada pelas Escrituras, “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.3) O único modo de haver crescimento espiritual após o novo nascimento espiritual é mediante a ação do espírito Santo (isto é, pela graça de Deus continuando a impactar nossa vida). Esses mesmos termos são a única explicação para o desenvolvimento da obediência na vida de um filho de Deus. A obediência vem da aplicação da graça de Deus em nosso coração pelo Espírito Santo. Pois, como afirmam as Escrituras, “o que vale é estar o coração confirmado com graça e não com alimentos” (Hebreus 13.9).
            O texto de 2 Coríntios 3.5 é outra passagem que traz essa mesma mensagem acerca da obediência. Ele diz: “não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. Somos lembrados por esse texto que o cristão não é a fonte de qualquer piedade desenvolvida em sua vida. Isto inclui a obediência. Não é a partir do que temos dentro de nós, não é a partir de nossos próprios recursos que produzimos uma vida de obediência. Porém, temos disponível diariamente a nós tudo quanto necessitamos para crescer de modo agradável a Deus e fazer sua vontade. Deus mesmo deve ser sempre a nossa fonte para todas as coisas espirituais. Quanto podemos extrair de sua suficiência abrangente? Dependamos humildemente dele, pois Deus “dá graça aos humildes” (Tiago 4.6); e a fé é o meio de acesso à graça, como está escrito: “por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes” (Romanos 5.2).
            Portanto, em oração ao nosso Pai celestial, supliquemos que ele desenvolva a obediência em nós do mesmo modo pelo qual ele nos deu nova vida, por meio do seu espírito e por sua graça; confessemos novamente nossa necessidade de seus recursos suficientes para crescermos em obediência; e descansemos nele.