Em
geral, olhamos para a Lei de Deus, dada por meio de Moisés, como um conjunto de
proibições que tolhem nossa liberdade. Pensamos que nela de modo negativo, como
algo que não visa nosso bem. Essa é uma visão equivocada da Lei que precisa ser
corrigida, pois na verdade ela visa nosso bem. Veja o que diz a Escritura: “Disse
o Senhor a Moisés: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes:
Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo. Cada um respeitará a
sua mãe e o seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o senhor, vosso Deus.
Não vos virareis para os ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o
Senhor, vosso Deus” (Levítico 19.1-4).
Qual
é, em especial, a mensagem da lei de Deus quando algum aspecto dela está sendo
considerado? De que maneira uma pessoa poderia resumir a lei de Deus? Nesta declaração
a Moisés, o Senhor menciona uns poucos mandamentos de sua santa lei. Ele fala
do tratamento apropriado para com os pais, da observância do dia de Sábado e do
refrear a idolatria. Então, ele fornece duas palavras de resumo de toda sua
lei: “Seja santo”.
Nessa
chamada à santidade, o Senhor apresenta-se a si mesmo como a razão e o padrão
para a vida santa. “Sereis santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”.
Deus é santo, por esta razão ele quer que a santidade seja um traço distintivo
de seu povo.
O
que é santidade de Deus? Ela tem a ver com seu caráter. A santidade fala
daquilo que é inato em Deus, bem como contrastante daquilo que é absolutamente
estranho a seu Ser (Habacuque 1.13). Existe perfeita justiça/retidão no Senhor
Deus. Por outro lado, não há qualquer tipo de injustiça nele (Salmo 92.15).
Reside completa pureza moral em nosso Deus. Em sentido oposto, não há nele sequer um traço
de mau moral. De fato, tudo acerca de Deus é espiritualmente puro e moralmente
limpo (Salmo 145.17).
Este
caráter santo do Senhor Deus é o padrão de vida que a lei apresenta à humanidade.
O Espírito Santo diz por meio do apóstolo Pedro: “Sede santos, porque eu sou
santo” (1 Pedro 1.16). Deus escolheu uma nação, Israel, deu-lhe este padrão
escrito (Êxodo 19.6). Todas as outras nações possuem este padrão escrito na
consciência (Romanos 2.15). Cada pessoa que nasce neste mundo é avaliada pela
Lei de Deus, que exige que o caráter santo de Deus seja visto em suas vidas
diante dele, incluindo a maneira como se relacionam com Deus e uns com os
outros.
Entretanto,
o Deus que é santo em seu caráter, o Deus que exige santidade de suas
criaturas, é também o Deus que opera a santidade nelas. Ele declara: “Portanto,
santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus. Guardai os meus
estatutos e cumpri-os. Eu sou o senhor, que vos santifico” (Levítico 20.7-8).
Por meio do Espírito Santo, dado por Deus para habitar em seus filhos, o Senhor
começa, desenvolve e completa a obra de santificação (Filipenses 1.6).
Adoremos a Deus por sua perfeita
santidade, pois ninguém é santo além do Senhor. Ele é puro e reto em todo o seu
Ser e em tudo que faz. Tenhamos, também, consciência e convicção de nossa inata
falta de santidade. Reconheçamos que, por nós mesmos, não somos capazes de
viver à altura dos santos padrões de Deus. Todavia, rendamos graças a ele por
seu gracioso perdão sempre disponível em seu Filho, Jesus Cristo; pelas
operações santificadoras por meio de seu Espírito; e pela promessa de completa
santidade na ressurreição.