sábado, 2 de janeiro de 2021

Mais sobre Davi e a bondade do Senhor

             “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sobra das tuas asas” (Salmo 36.7).

            Bondade ou benignidade é um termo, no Antigo Testamento, que possui profundo parentesco com o termo graça, no Novo Testamento. Bondade expressa o amor zeloso de Deus para com seu povo. Esse amor inclui sua misericórdia para conter o julgamento que merecemos, bem como sua bondade para despejar sobre nós tudo que necessitamos. Pela graça de Deus, o coração de Davi pode ser visto no modo apreciou a bondade de Deus. Ele disse: “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade/bondade” (Salmo 36.7a). Nesse versículo, Davi revela a razão pela qual ele valorizava grandemente a bondade de Deus. Isto envolve implicações de longo alcance sobre como Deus lida conosco com base em sua bondade.

            Depois de anunciar sua alta estima pela bondade, Davi começa a explicar a razão pela qual isto era assim. Ele afirma, primeiramente, “Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas” (Salmo 36.7b). Quando as pessoas têm um vislumbre da bondade de Deus, elas entendem que esta inclui seu desejo de protege-las. Assim, elas se aproximam, pela fé, a fim de serem cobertas e protegidas por seu amor cuidadoso. Como diz a Escritura: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia, à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Salmo 57.1). Do mesmo modo como um pássaro dedicado guarda seus filhotes sob suas asas, assim o Senhor exibe sua bondade guardando aqueles que confiam nele.

            Jesus expressou seu desejo de cuidar de seu povo, deste modo íntimo, mesmo quando este merece o oposto. Como está escrito: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Lucas 13.34). Davi foi um daqueles que desejaram estar reunidos sob as asas amorosas do cuidado de Deus. Ele disse: “Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me à sombra das tuas asas, dos perversos que me oprimem, inimigos que me assediam de morte” (Salmo 17.8-9). Que alegria isto traz àqueles que correm para a bondade do Senhor. Como expressa o salmista: “Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso” (Salmo 63.7).

            Portanto, em oração, supliquemos o perdão de Deus pelas vezes em que não desejamos ir a ele em busca da sua bondade; confessemos arrependidos aquelas ocasiões em que negligenciamos, ou até mesmo recusamos, colocar humildemente nossa esperança em seu cuidado protetor; reconheçamos quão insensato fomos nessas ocasiões; reconheçamos que, todas as vezes em que corremos em direção à bondade de Deus, a alegria encheu nosso coração; e supliquemos que o Senhor nutra em nós um coração que dependa habitualmente da sua preciosa bondade.