sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Viver pela fé contrastado com viver pela lei

            “De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá” (Gálatas 3.9-12).

            Consideramos, em nossas meditações anteriores, o chamado de Deus para se viver pela fé dado por meio do profeta Habacuque. Para recordar, “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé” (Habacuque 2.4). Vimos, também, a primeira das três ocorrências desta citação no Novo testamento, a saber, “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Romanos 1.16-17). A segunda ocorrência deste chamado no Novo Testamento aparece em Gálatas, onde o viver pela fé é contrastado com o viver pela lei.

            Esse contraste entre a lei e a fé envolve uma maldição que está relacionada com a lei. Observe a declaração enfática da Escritura: “odos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gálatas 3.10a). A maldição está sobre aqueles que tentam estabelecer um relacionamento aceitável com Deus baseado em obras humanas, quando estas são avaliadas pela santa lei de Deus. A citação do Antigo Testamento, que acompanha essa citação, explica a razão da maldição, dizendo: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gálatas 3.10b). A maldição está no fato de que aqueles que escolhem viver mediante o desempenho humano sob a lei sempre devem cumprir todos os mandamentos da lei. A pressão exercida por esta exigência de desempenho perfeito pode parecer maldição suficiente. Todavia, as consequências da falha inevitável intensificam a maldição. Essa terrível consequência põem ser vista na lembrança do abençoado remédio que a graça de Deus provê; como está escrito: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele mesmo maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gálatas 3.13-14). Aquele que viola qualquer porção das exigências da lei merece o julgamento que Jesus tomou sobre si na cruz.

            Essa graciosa provisão de salvação mediante a morte substitutiva de Cristo nos lembra que a fé, não a lei, é nossa rica esperança. Observe novamente o texto bíblico, “E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé” (Gálatas 3.11). A fé envolve dependência da obra de outro, a de Jesus Cristo. Viver pela lei não é viver pela fé; é viver com base no desempenho humano; como está escrito: “Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá” (Gálatas 3.12).

            Portanto, em oração ao Deus e Pai de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, louvemos a Cristo por tomar sobre si a maldição da lei que nós merecemos; reconheçamos e exultemos no fato de que o justo viverá pela fé, não pelo desempenho humano; e supliquemos que o Senhor nos ensine a viver pela fé, não pela lei.