“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para
que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Coríntios 4.7).
Nós,
que servimos ao Senhor sob sua nova aliança da graça, vivemos com o tesouro
celestial em vasos de barro. Nós somos “vasos de barro”. Embora sejamos
nascidos de novo por meio da fé em Cristo, ainda temos o mesmo corpo físico que
herdamos de Adão. Como as Escrituras declaram: “Sabemos que, se a nossa casa
terrena deste tabernáculo [isto é, nosso corpo humano e natural] se desfizer,
temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos [isto é, nosso
corpo glorificado e celestial], eterna, nos céus” (2 Coríntios 5.1). Embora
sejamos novas criaturas em Cristo, ainda vivemos na estrutura da vida humana
comum. Pois, “esse viver que, agora, tenho na carne [isto é, na carne e ossos
da natureza humana], vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se
entregou por mim” (Gálatas 2.20).
Sim,
somos “vasos de barro”. Somos frágeis, vulneráveis e inadequados. Fomos
originalmente modelados a partir do pó da terra. Como diz a Escritura, “Então,
formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego
de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2.7). Podemos ser
comparados a “vasos de barro”. Observe o que Jó diz: “Lembra-te de que me
formaste como em barro; e queres, agora, reduzir-me a pó?” (Jó 10.9). Somos
como o vaso de cerâmica comum, usado para colocar flores. Isto é humilhante.
Contudo, é bom ser humilhado, pois “Deus dá graça aos humildes” (Tiago 4.6).
Além disso, o Senhor conhece completamente nossa constituição; como afirmam as
Escrituras, “Poie ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmo
103.14). Também é libertador compreender que somos vasos de barro. O Senhor não
espera de nós grandes realizações, como se fôssemos mais do que vasos de barro.
Ele apenas deseja que sejamos aquilo para o que o vaso foi feito – um
recipiente para seu conteúdo planejado.
O
conteúdo planejado para o vaso é o tesouro celestial, visto que a Escritura
afirma: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro”. Isto é especificado uns
poucos versículos adiante. O tesouro é o próprio Cristo, pois o conteúdo
planejado para o vaso é que “a vida de Jesus se manifeste em nossa carne
mortal” (2 Coríntios 4.11). A vontade de Deus é que Cristo viesse habitar nos
vasos de barro de nossa humanidade e seja manifesto por intermédio deles. Como
o apóstolo Paulo afirma: “Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a
riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a
esperança da glória” (Colossenses 1.27). O Senhor Jesus deseja ser a flor
celestial exuberante no vaso de barro de nossa vida, a fim de exalarmos o bom
perfume de Cristo; como diz a Escritura: “Porque somos para com Deus o bom
perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem” (2
Coríntios 2.15). O plano de Deus é colocar o extraordinário tesouro celestial
em vasos comuns de barro, de modo que a atenção seja dirigida para o conteúdo,
não para o recipiente, ou, como diz nosso texto, “para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós”
Tendo isso em mente, em oração diante do Deus Criador, reconheçamos que
ele nos fez para sermos um vaso no qual Cristo habite e seja visto; roguemos
que ele nos faça lembrar sempre deste grande plano; roguemos também que o
tesouro celestial seja o centro e a esperança de nossa vida.