segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Tesouro celestial em vasos de barro



“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Coríntios 4.7).
            Nós, que servimos ao Senhor sob sua nova aliança da graça, vivemos com o tesouro celestial em vasos de barro. Nós somos “vasos de barro”. Embora sejamos nascidos de novo por meio da fé em Cristo, ainda temos o mesmo corpo físico que herdamos de Adão. Como as Escrituras declaram: “Sabemos que, se a nossa casa terrena deste tabernáculo [isto é, nosso corpo humano e natural] se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos [isto é, nosso corpo glorificado e celestial], eterna, nos céus” (2 Coríntios 5.1). Embora sejamos novas criaturas em Cristo, ainda vivemos na estrutura da vida humana comum. Pois, “esse viver que, agora, tenho na carne [isto é, na carne e ossos da natureza humana], vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20).
            Sim, somos “vasos de barro”. Somos frágeis, vulneráveis e inadequados. Fomos originalmente modelados a partir do pó da terra. Como diz a Escritura, “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2.7). Podemos ser comparados a “vasos de barro”. Observe o que Jó diz: “Lembra-te de que me formaste como em barro; e queres, agora, reduzir-me a pó?” (Jó 10.9). Somos como o vaso de cerâmica comum, usado para colocar flores. Isto é humilhante. Contudo, é bom ser humilhado, pois “Deus dá graça aos humildes” (Tiago 4.6). Além disso, o Senhor conhece completamente nossa constituição; como afirmam as Escrituras, “Poie ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmo 103.14). Também é libertador compreender que somos vasos de barro. O Senhor não espera de nós grandes realizações, como se fôssemos mais do que vasos de barro. Ele apenas deseja que sejamos aquilo para o que o vaso foi feito – um recipiente para seu conteúdo planejado.
            O conteúdo planejado para o vaso é o tesouro celestial, visto que a Escritura afirma: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro”. Isto é especificado uns poucos versículos adiante. O tesouro é o próprio Cristo, pois o conteúdo planejado para o vaso é que “a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2 Coríntios 4.11). A vontade de Deus é que Cristo viesse habitar nos vasos de barro de nossa humanidade e seja manifesto por intermédio deles. Como o apóstolo Paulo afirma: “Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1.27). O Senhor Jesus deseja ser a flor celestial exuberante no vaso de barro de nossa vida, a fim de exalarmos o bom perfume de Cristo; como diz a Escritura: “Porque somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem” (2 Coríntios 2.15). O plano de Deus é colocar o extraordinário tesouro celestial em vasos comuns de barro, de modo que a atenção seja dirigida para o conteúdo, não para o recipiente, ou, como diz nosso texto, “para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”
            Tendo isso em mente, em oração diante do Deus Criador, reconheçamos que ele nos fez para sermos um vaso no qual Cristo habite e seja visto; roguemos que ele nos faça lembrar sempre deste grande plano; roguemos também que o tesouro celestial seja o centro e a esperança de nossa vida.