domingo, 19 de outubro de 2014

A Lei Convence o Rebelde


            Nas meditações anteriores, falamos sobre a capacidade geral da Lei e se sua ação em produzir responsabilidade pelo pecado. Contudo, a capacidade ou utilidade da Lei não se resume a essas duas coisas. Ela possui a capacidade de convencer o homem de sua rebeldia.
 A Escritura diz: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado” (1 Timóteo 1.8-11). “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (Gálatas 5.18).
            Embora a Lei dada por Deus tenha algumas incapacidades, todavia, ela é boa. Esse é o ensino bíblico em Romanos 7.12, onde lemos: “Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo, e bom”. Ela possui cartas capacidades se utilizada de modo correto, observe a afirmação encontrada em 1 Timóteo 1.8-9, “se alguém dela se utiliza de modo legítimo”. Essa afirmação indica que a Lei pode ser aplicada de modo legítimo ou de modo não legítimo. Uma aplicação não legítima da lei é usá-la para obter a justificação, uma declaração de ser reto aos olhos de Deus. Se alguém pensa que sua tentativa de obediência à Lei de Deus pode assegurar um veredito de “não culpado”, essa pessoa está fazendo uso não legítimo da Lei. Esse é um uso equivocado da Lei, além de ser proibido pelas Escrituras.
            Outra aplicação não legítima da Lei de Deus é usá-la para obter santificação ou crescimento espiritual progressivo no Senhor. Se uma pessoa imagina que pode crescer em piedade ou santidade mediante seus melhores esforços de viver à altura da Lei, igualmente está equivocado e fazendo uso ilegítimo da Lei. Isto também é proibido pela Palavra de Deus.
            A Lei, afirma 1 Timóteo 1.8-9, é “para os transgressores e rebeldes”. A Lei de Deus é para aqueles que são rebeldes em seu coração à vontade e aos caminhos de Deus. Esta verdade, nesta interpretação básica, é dirigida aos incrédulos, “aos irreverentes e pecadores”. Vemos aqui, então, que a Lei de Deus é apta para convencer o rebelde incrédulo de sua rebeldia contra um Deus santo. Essa é uma aplicação legítima da Lei. A Lei convence o ser humano de sua transgressão, rebeldia, irreverência, pecaminosidade, impiedade, profanação e de tudo que é contrário à doutrina saudável e sadia.
            Entretanto, por implicação, há um aspecto dirigido ao cristão também aqui. No que diz respeito a Deus, nós não estamos “debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6.14). Todavia, somente aquele que caminha segundo a plenitude do Espírito goza das bênçãos diárias desta realidade. “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (Gálatas 5.18), é a declaração das Escrituras. Quando os discípulos do Senhor Jesus andam de acordo com a carne, eles se colocam na prática sob um código de conduta. Eles colocam-se a si mesmos sob a lei para praticá-la dia a dia. A mensagem da Lei, que é para o rebelde, também tem a capacidade de expor esta condição inaceitável dentro da vida de um cristão que se considera autossuficiente.
            Reconheçamos, diante do Deus de toda graça, que anteriormente vivemos em rebelião contra ele, que fomos convencidos pelo Espírito Santo de nossa rebeldia de autojustificação contra sua Lei santa, e que fomos justificados somente por sua graça quando clamamos pela fé por seu Filho. Roguemos ao Senhor, pedindo sinceramente que nos convença de erro naquelas ocasiões em que tentarmos viver pelos recursos de autojustificação de nossa própria carne; reconhecendo que necessitamos ser santificados dia a dia por sua graça, assim como fomos justificados pela graça; e clamemos para que essa graça esteja sempre disponível a nós em Jesus Cristo.