Desânimo, desencorajamento e outros
afins, são sentimentos que, com alguma frequência, envolvem nossa mente e
coração. Enfermidades, problemas financeiros, conjugais e familiares, velhice e
etc. são ocasiões em que mais facilmente somos tomados pelo desânimo, nos
sentimos desencorajados. Por meio de sua Palavra, o Senhor nos ensina a lidar
com o desânimo e seus parentes. A Escritura diz: “Por isso, não desanimamos;
pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso
homem interior se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4.16).
Aqueles que aprendem a viver pela
graça são protegidos do desânimo de modo crescente. Observe o que a Escritura
diz: “Por isso, não desanimamos”. Essa verdade foi abordada em um versículo
anterior deste quarto capítulo de 2 Coríntios, ele diz: “Pelo que, tendo este
ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2
Coríntios 4.1). Essa proteção do desfalecimento ali envolvia a misericórdia e a
graça. Visto que servimos ao Senhor por graça e misericórdia (e não por nosso
mérito ou por nossos recursos), temos um suprimento de encorajamento celestial
disponível diariamente a nós.
No presente versículo, o
encorajamento vem do contraste entre o que está acontecendo ao “homem exterior”
e ao “homem interior”. O “homem exterior” é a pessoa física, que pode ser
observada pela visão humana. Este é
geralmente o objeto da atenção entre os não redimidos (bem como entre crentes
que estão andando segundo a carne). Este homem está se corrompendo, perecendo,
porque o pecado afetou todas as áreas de nossa vida. A Escritura afirma:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado,
a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”
(Romanos 5.12). O homem veio do pó, como afirma Gênesis 2.7, “Então, formou o
Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida,
e o homem passou a ser alma vivente”. Devido ao pecado, o homem físico está
voltando a este ponto de partida inicial, como afirmam as Escrituras: “No suor
do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes `aterra, pois dela foste
formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19). Para aqueles que não
conhecem ao Senhor, este é um fato desanimador, desencorajador. Eles se
esforçam desesperadamente para impedir este processo inevitável.
Por outro lado, os servos da nova
aliança da graça não são desencorajados nem desanimados por este fato. Observe
novamente o que o texto bíblico diz: “Por isso, não desanimamos”. É verdade que
nosso homem exterior está morrendo dia a dia. Todavia, vemos um quadro maior do
que este. Pois, “mesmo que o nosso homem exterior se corrompa (morra dia a
dia), contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia”. A medida que o
nosso homem exterior se deteriora, somos continuamente encorajados, porque o
nosso homem interior pode estar no processo de renovação. Atente para o que o
Espírito Santo diz: “e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3.10). A
medida que humildemente buscamos ao Senhor em sua Palavra, somos transformados,
trazidos mais e mais para a novidade de Cristo. Como está escrito: “E todos
nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como
pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3.18).
Por isso, em oração,
supliquemos ao Senhor que, à medida que nosso homem exterior desfalece, ele nos
faça lembrar da encorajante realidade de que o nosso homem interior pode ser
renovado; supliquemos que ele nos ajude a desejar esse progresso espiritual
interior em vez da destreza física exterior.