Encontramos, na Carta de Judas, irmão de Tiago e de
Jesus, a seguinte advertência: “Amados, quando empregava toda a diligência em
escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me
convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez foi
entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação,
os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação,
homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o
nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 3-4).
Desde os primeiros dias da igreja do Senhor no Novo
Testamento, uma ameaça constante tem sido apresentada por aqueles que querem
mudar a graça de Deus em algo que ela não é. As mudanças propostas sempre dizem
respeito á licenciosidade ou ao legalismo.
Judas tratou deste problema em sua vigorosa carta de
advertência. Ele convocou todos os seguidores de Cristo para engajarem-se em
uma luta zelosa pela integridade da Palavra de Deus. Ele diz, “Amados quando
empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação,
foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez foi entregue aos santos”. Esta
batalha é essencial, porque pessoas religiosas carnais desejam alterar a graça
e elas atuam silenciosamente dentro das igrejas. Judas observou: “Pois certos
indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram
antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que
transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. As mudanças pretendidas por essas pessoas
envolvem transformar a graça em libertinagem. A graça de Deus é o meio de
perdão para nossos pecados, assim como de transformação do pecador para que ele
peque cada vez menos. A graça não é a sanção de Deus, pela qual planejamos e
executamos a indulgência pessoal.
Esse mesmo problema aparece em Romanos, visto que
alguns deram à graça de Deus uma direção não autorizada. Eles começaram com
uma verdade gloriosa, a saber, “Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça”
(Romanos 5.20). Que sublime realidade é esta! Não importa quão abominável seja
a extensão de nossos pecados, a graça de Deus para perdoar e transformar e
muito maior. Contudo, quão abominável é o pensamento licencioso de que mais
tolerância para com o pecado seria uma coisa boa, visto que apenas representaria
outra oportunidade para a graça abundar mais. Por isso o apóstolo,
continuando, diz, “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que seja a
graça mais abundante?” (Romanos 6.1). Em seguida, ele mesmo responde, dizendo, “De
modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” A
graça prevista nunca é uma desculpa para planejar pecar.
Na carta aos Gálatas, o problema complementar do
legalismo é confrontado. Lemos em Gálatas 1.6-7, “Admira-me que estejais
passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro
evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem
perverter o evangelho de Cristo”. Aqui, é dito que algumas pessoas estavam
tentando adicionar requerimentos da lei às boas novas da graça de Deus. Essa
tentativa de transformar a graça em cumprimento de padrões é descrita como uma
perversão, uma repugnante distorção, da graça. Tanto a licenciosidade quanto o
legalismo, ambos mudam e enfraquecem a graça de Deus.
Oremos
ao Senhor de toda graça, primeiramente, arrependendo-nos daquelas vezes em que
usamos a graça como uma desculpa para a indulgência carnal, ou quando tratamos
a graça de Deus como uma chamada ao cumprimento de padrões religiosos. Em
segundo, rendendo graças por sua graça perdoadora e transformadora. E, em
terceiro, pedindo que o Senhor nos conceda discernimento e coragem para lutar
seriamente pela verdadeira graça, a qual nos é dada por meio de Cristo Jesus,
nosso Senhor.
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