Na
vida cristã, Jesus deve ser Senhor de tudo ou não será Senhor de coisa alguma.
Nenhum homem trabalha simultaneamente para duas empresas. Nenhum escravo é
propriedade de dois senhores ao mesmo tempo. Devemos ser cuidadosos para não
dar um lugar secundário a Jesus, pois um dia podemos acordar, quando já for
tarde demais, e descobrir que ele jamais esteve presente em nossa vida. Pois
ele deve ser Senhor de tudo em nossa vida, ou não será Senhor de coisa alguma.
Como está escrito: “Nenhum homem pode servir a dois senhores” (Mateus 6.24).
Jesus
aproximou-se de certo homem e disse: “Segue-me!”. Ao que o homem respondeu:
“Permite-me ir primeiro...” (Lucas 9.59). Não é “eu primeiro”, mas Deus
primeiro. Os meus interesses devem vir sempre depois dos dele, nunca antes.
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça” (Mateus 6.33).
O
Dr. Graham Scroggie, de Edimburgo, falava em certa ocasião sobre esse tema e,
no final do culto, aproximou-se dele uma jovem, cristã professa, que fora profundamente
impactada pela mensagem. Após expor seus pensamentos e dificuldades, desenvolveu-se
o seguinte diálogo: “E porque você não se entrega?” inquiriu o Dr. Scroggie. “Tenho
medo de ter de fazer duas coisas caso me entregue”, respondeu a jovem. “Quais?”
perguntou o ministro. “Toco piano num salão de espetáculos e receio que tenha
de deixar de fazê-lo”, explicou a moça. “E a outra coisa?” continuou o Dr. Scroggie.
“Receio que Deus me mande para a China como missionária”, completou a jovem.
O Dr. Scroggie
era sábio na sua maneira de tratar com as almas ansiosas. Abrindo sua Bíblia em
Atos 10.14, explicou à jovem o absurdo da resposta de Pedro. Um escravo nunca
dita decisões. Por isso, dizer “de modo nenhum”, e depois acrescentar a palavra
“Senhor”, é impossível e não faz sentido. Em seguida o ministro acrescentou: “Agora
desejo que você risque as palavras ‘de modo nenhum’ e deixe a palavra ‘Senhor’;
ou então risque a palavra ‘Senhor’ e deixe a expressão ‘de modo nenhum’. Passando
um lápis para a jovem, o Dr. Scroggie afastou-se silenciosamente. Pouco depois
voltou. Olhando por cima do ombro da moça, viu que a página estava manchada de
lágrimas, mas a expressão “de modo nenhum” estava riscada. E, com um brilho de
alegria nos olhos, ela saiu da igreja e foi para casa repetindo continuamente
uma só palavra “Senhor”. Ela não ditaria mais as decisões. Agora era sua
discípula, e ele, seu Senhor e Mestre. Dali em diante seria “Sim, Pai” e
“Senhor, o que queres que eu faça?”
“Amas-me
mais do que a estes outros?” perguntou o Senhor a Pedro. Podemos imaginar Jesus
apontando para os barcos e as redes, depois para os outros discípulos e,
finalmente, para o lar e os queridos de Pedro. “Pedro, quem está em primeiro
lugar? Eu? Amas-me mais do que a estes?” Esta é a pergunta que ele ainda faz a
nós. Submeteremos, então, tudo a ele o coroaremos como Senhor de nossa vida?
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