A Escritura declara a magnitude da misericórdia divina, dizendo: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3.22-23). Podemos refletir sobre a magnitude da misericórdia de Deus fazendo as seguintes considerações: com respeito ao princípio da compaixão; com respeito aos objetos; com respeito ao modo e aos efeitos; e com respeito à duração.
A
magnitude da misericórdia de Deus com respeito ao princípio pode ser expressa
assim: Deus, que é perfeitamente feliz em si mesmo e não carece de nada, movido
exclusivamente por seu beneplácito, condescendeu em ter misericórdia de nós,
criaturas pecadoras e rebeldes. A magnitude dessa misericórdia está em sua
oposição à severidade da justiça divina (Tiago 2.13).
A
magnitude da misericórdia de Deus com respeito aos objetos pode ser apresentada
assim: os homens, que são os objetos dos quais ele tem misericórdia, nada merecem,
pois são totalmente indignos desse favor como pecadores e inimigos de Deus. A
magnitude dessa misericórdia é vista em sua oposição ao número e hediondez dos
pecados cometidos pelos objetos (Miquéias 7.18; Romanos 5.20).
A
magnitude da misericórdia de Deus com respeito ao modo e aos efeitos pode ser
expressa da seguinte forma: Deus perdoa nossos inúmeros pecados, remove de nós
a miséria eterna e nos concede um bem infinito e eterno – graça, vida e
salvação. A magnitude dessa misericórdia encontra-se em sua oposição ao volume
das misérias e tentações, porque não há uma sequer que seja tão grande, da qual
a suprema misericórdia de Deus, segundo suas inexprimíveis riquezas, não nos
livre (Salmo 103.8; Efésios 2.4-5).
A
magnitude da misericórdia de Deus com respeito à duração pode ser apresentada
como segue: a misericórdia de Deus é eterna e não conhece limite algum (Isaías
54.8; Oséias 2.19; Lamentações 3.22; Lucas 1.55). A magnitude dessa
misericórdia jaz em sua oposição ao terror da morte e do juízo divino, porque
naquele dia decisivo, todos os piedosos obterão misericórdia (2 Timóteo 1.18).
Em
virtude da magnitude da misericórdia de Deus podemos dizer com os salmistas,
“Pois grande é a tua misericórdia para comigo, e me livraste a alma do mais
profundo poder da morte” (Salmo 86.13), e “Compassivo e justo é o Senhor; o
nosso Deus é misericordioso” (Salmo 116.5).
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