Na
promessa de Deus, na Aliança da Graça, de ser o nosso Deus, estão implícitos inumeráveis
benefícios. Entre os quatro que se destacam, o segundo é: Comunhão de bens,
para que todas as coisas boas de Deus e tudo quanto lhe pertence sejam nossos.
Devemos,
em segundo lugar, enfatizar que Deus é nosso em virtude da comunhão de bens.
Ele não pode ser nosso Deus sem que todas as coisas pertencentes a ele se tornem
nossas; e, como todas as coisas pertencem a Deus, também são nossas todas as
coisas no céu e na terra: “Porque tudo é vosso”, diz a Escritura, “tudo é
vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Coríntios 3.21-23).
Nossas
são as criaturas de Deus sobre a terra, para nos servir; os anjos nos céus, para
nos guardar. Nossa é a terra, como um lugar de peregrinação; nosso é o mundo,
como uma herança dada a nós com Abraão (Romanos 4.13).
Assim,
todas as promessas de Deus são nossas, tanto as que se referem a presente vida
como quanto à futura. Os bens de Deus são nossos, tanto a graça como a glória,
“Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem
sonega aos que andam retamente” (Salmo 84.11). O Senhor é um sol de todas as
formas de bênçãos para a comunhão das coisas boas; é um escudo de proteção,
invencível, para repelir males, de modo que podemos corretamente dizer, com
Paulo, que nada pode nos prejudicar, porque Deus é por nós: “Se Deus é por nós,
quem será contra nós?” (Romanos 8.31), e com Davi de que de nada teremos falta,
porque Deus é o nosso Pastor: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Salmo
23.1); porque ele nada nega àqueles que o temem, antes outorga todas as coisas
liberalmente e nos abençoa “com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo” (Efésios 1.3).
Nossas
são todas as coisas necessárias à vida, à piedade e à coparticipação na natureza
divina, bem como as preciosas e grandiosas promessas de Deus: “Visto como, pelo
seu divino poder, nos têm sido doadas toas as coisas que conduzem à vida e à
piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria
glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui
grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza
divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (2 Pedro 1.3-4).
Na
carta aos Colossenses nos é dito que “Cristo é tudo em todos” (3.11); na
glória, quando Cristo entregar todas as coisas e a si mesmo sujeitas a Deus,
Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15.28); e, finalmente, “O vencedor herdará
estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho” (Apocalipse 21.7).
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