Quando o
Senhor nos abençoa com um filho, logo pensamos em batizá-lo. Fazemos isso
porque participamos da Aliança da Graça, estabelecida por Deus conosco, em
Cristo Jesus; e porque cremos que nossos filhos igualmente participam, como herdeiros,
das promessas dessa Aliança. Visto que o Senhor afirma: “Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados,
e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para
vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o
Senhor, nosso Deus, chamar” (Atos 2.38-39).
Entretanto,
com que facilidade nos esquecemos dos votos assumidos quando do batismo de
nossos filhos. Quão rapidamente cai no esquecimento o compromisso de ensinar
nossos filhos no caminho em que devem andar, o caminho do Senhor. E como
lançamos para longe de nós o fato de que “A estultícia está ligada ao coração
da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22.15). A
palavra “estultícia” quer dizer estupidez, insensatez e grande dificuldade de
aceitar conselhos; é ser como um louco que despreza a sabedoria e o ensino
(Provérbios 1.7). A estultícia faz parte da natureza pecaminosa que
transmitimos a nossos filhos. Nascemos com ela e a passamos à geração seguinte,
mas ela precisa ser arrancada de nós e de nossos filhos. A expressão “vara da
disciplina” refere-se ao árduo trabalho dos pais em relação aos filhos: ensinar
o caminho a seguir (por palavra e exemplo), repreender ou apontar o desvio do
caminho certo, e corrigir ou mostrar como voltar ao caminho certo. Em uma
palavra, treinar. Os pais não devem subestimar a dificuldade de sua tarefa,
pois lutam contra uma perversidade inata e obstinada. Sua tarefa requer
destruir e edificar; erradicar e implantar. Um provérbio egípcio dizia: “Os
meninos têm ouvidos em seus traseiros.” Na verdade, a disciplina é manifestação
de amor, “O que retém a vara aborrece (não ama) a seu filho, mas o que o ama,
cedo, o disciplina” (Provérbios 13.24).
De fato, é
árdua a tarefa dos pais em relação a seus filhos, o que tem levado alguns pais
a abrirem mão de seu papel e responsabilidades. Contudo, como se isso não
bastasse, há pais que se tornam completamente negligentes em seu papel e
contribuem para o crescimento da estultícia de seus filhos com algumas ações de
sua parte. Listamos, brevemente, cinco dessas ações ou cinco passos dados pelos
pais que afastam seus filhos de Deus.
Primeiro passo. Diante das
menores dificuldades, tais como indisposição física, chuva e frio, sol e calor,
cansaço, etc., não vá à Escola Dominical ou ao Culto. Teu filho irá crescer com
a ideia de que estar com Deus e frequentar a igreja não são tão necessários
assim. Todavia, leia Hebreus 10.24-25.
Segundo passo. Quando estiver à
mesa, no carro ou em alguma reunião familiar,
faça comentários e críticas ao ensino e atitude do pastor e dos líderes.
Assim teu filho crescerá não tendo respeito por eles, nem dado crédito ao ensino
ministrado por meio deles. Todavia, leia 1 Tessalonicenses 5.12-13.
Terceiro passo. Cuide para que
teu filho cresça em um lar que não seja diferente dos outros lares. Afinal, que
valor há em aplicar os princípios da Palavra de Deus a todos os aspectos da
vida familiar e pessoal? Teu filho crescerá pensando que a Bíblia é um bom
livro de teoria, mas sem valor prático. Um livro que pode ser ignorado. Todavia,
leia Deuteronômio 6.6-7.
Quarto passo. Gaste, diante da
TV, do computador ou do Videogame, todo o tempo que você passa em casa, ao
invés de separar parte dele para a leitura da Bíblia e para a oração em
família. Basta orar na hora das refeições. Certamente teu filho aprenderá que,
como orar e ler a Palavra de Deus não tem valor, essas coisas não devem ser
importantes para ele. Todavia, leia Deuteronômio 17.19.
Quinto passo. Comente, à vontade,
a vida dos outros membros da igreja diante de teu filho. Depois, quando te
encontrares com eles na igreja, corra para cumprimentá-los com sorrisos. Não
estranhe, porém, se mais tarde teu filho pensar que a vida cristã é pura
hipocrisia e não desejar seguir a Cristo. Todavia, leia Tito 3.2.
Como pais que participam da Aliança da Graça e
que desejam ver seus filhos efetivamente herdando as promessas dessa Aliança,
evitemos com todas as nossas forças dar esses passos e nos empenhemos em
treinar nossos filhos, a fim de que se aproximem mais e mais de Deus e a
estultícia seja afastada de seus corações.
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