Repetidas vezes temos considerado a conexão entre a graça e a justificação. Lemos e consideramos, por exemplo, duas declarações bíblicas: “Justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.24); e “No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1.7). Agora, temos a oportunidade de ponderar uma vez mais sobre o relacionamento entre a graça e a santificação, uma vez que a Escritura diz: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. É a graça de Deus que traz a salvação à humanidade. Por aproximadamente 2.000 anos, esta graça salvadora do Senhor tem sido oferecida à humanidade por meio da pregação do Evangelho. Todavia, este versículo, em particular, adiciona outra função ao trabalho da graça, a da educação ou do ensino. Observe o que ele diz: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos”.
A graça de Deus não apenas salva as almas daqueles que creem; ela também opera na vida dos cristãos ensinando-os e instruindo-os. A graça de Deus, operando mediante sua Palavra (“A palavra de sua graça” – Atos 20.32), instrui e molda nosso pensamento e nossa vida. Uma vez mais, observe o que a Escritura diz: “Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente”. A vontade de nosso Pai celestial é que seus filhos se desviem daquilo que é mundano e espiritualmente comprometedor. Nosso Deus e Pai quer que rejeitemos a impiedade em todas as suas formas, bem como as paixões e apetites mundanos. Ele deseja que caminhemos em piedade e santidade, em semelhança a Cristo. Deus opera isto em nosso coração por sua graça.
A graça de Deus também desenvolve vidas esperançosas, ansiosas pelo retorno de Jesus para seu povo. “Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. A graça de Deus faz-nos olhar para o futuro, tendo em mente suas promessas; em especial, a promessa do Senhor Jesus de voltar a esta terra, a fim de completar a boa obra que ele começou.
A graça de Deus, impactando nosso coração por meio da sua Palavra pelo seu Espírito, é o meio divino de realizar esta transformação em nós. Conceber a santificação como algo que nós podemos produzir por meio de nossos próprios esforços (isto é, pela lei), é semelhante a negligenciar a graça de Deus e subestimar as provisões da cruz de Cristo. Convém lembrar o que o Espírito diz por meio de Paulo: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu cristo em vão” (Gálatas 2.21).
Reafirmemos ao nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, nosso desejo de viver em ansiosa antecipação de seu retorno. Enquanto isso não ocorre, desejemos agradá-lo mediante o crescimento em piedade e na justiça prática. Rendamos graças a Deus por seu amor longânime, que pacientemente nos ensina por sua graça – a graça que, às vezes, negligenciamos ao tentarmos produzir todas essas realidades mediante o esforço de nossa carne, pois isto nos desvia da esperança em Jesus. Coloquemo-nos em suas graciosas mãos e deixemos que sua graça nos eduque.
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