terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Cristo sendo formado em nós



No processo de Cristo estar em nós e nós estarmos em Cristo, devem ser observadas duas passagens acerca das dificuldades envolvidas. São elas: “Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gálatas 4.19). “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Coríntios 13.5).
            Quando levamos a verdade do evangelho a outras pessoas, a fim de que elas possam nascer de novo, frequentemente entramos em dores de parto espirituais por causa delas. Elas estão lutando contra problemas e dúvidas, enquanto que nós agonizamos com elas, para que elas possam abraçar a verdade de que necessitam tornarem-se filhos de Deus pela fé. “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3.26).
            Quando o apóstolo Paulo levou o evangelho para a região da Galácia, ele trabalhou desse modo em favor daqueles que se tornariam crentes em Jesus Cristo. Mais tarde, escrevendo para eles, lhes diz que novamente estava trabalhando por eles. Ele afirma: “Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parte” (Gálatas 4.19). Essa agonia posterior não diz respeito ao início da sua salvação. Os gálatas já tinham nascido de novo, mediante a fé em Jesus Cristo. Agora, ele está trabalhando “até ser Cristo formado em vós” (Gálatas 4.19).
            É da vontade de nosso Pai celestial que convidemos seu Filho para entrar em nossas vidas. Como diz a Escritura: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber, aos que creem no seu nome” (João 1.12). Além disso, é da sua vontade que permitamos que a vida de seu Filho seja expressa em nós e por nosso intermédio. À medida que enfrentamos a vida dia a dia, nos envolvemos em problemas, oportunidades, desafios, respostas, ideias, relacionamentos, valores, prioridades e etc. O Senhor Jesus Cristo morreu por nós a fim de vivermos com ele em todos esses aspectos da vida. Como está escrito: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.9).
            Embora essa grande realidade seja descrita em muitos lugares por toda a Palavra de Deus, muitas pessoas do povo de Deus nada sabem sobre ela. Observe a pergunta feita por Paulo: “Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?” (2 Coríntios 13.5). Pode ser que essas pessoas não tenham ouvido acerca dessa verdade ou que, tendo ouvido, se esqueceram dela. Todavia, que grande privilégio é compartilhar essas grandes verdades com outras pessoas. Entretanto, esse processo não será sem dificuldades, como afirma Paulo: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim” (Colossenses 1.29). No entanto, embora possamos experimentar dores de parto espirituais pelo nascimento de outras pessoas, Deus nos ajudará a vencer, enquanto ele toca em suas vidas.
            Em virtude disso, colocando-nos diante do Senhor Jesus, o Salvador que habita em nós, roguemos que ele expresse sua vida em Noé e por nosso intermédio; supliquemos que não permita haver nenhuma área de nossa vida na qual estejamos apenas fazendo o nosso melhor, ou fazendo nossa vontade; peçamos, também, que o Senhor Jesus seja nossa força, capacitando-nos a compartilhar essas grandes realidades com outras pessoas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Cristo vivendo em nós



Quão sublime e excelsa é a graça de Deus! Quão maravilhoso é ter essa nova vida, Cristo vivendo em mim! Essas exclamações são a resposta do cristão às maravilhosas verdades apresentadas no texto a seguir. “Estou crucificado com Cristo, logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.19b-20).
            Nessas palavras sublimes, nos é dado um profundo discernimento acerca da graça de Deus operando por meio de nosso íntimo relacionamento com Cristo. Essa majestosa declaração começa com nossa morte espiritual, a fim de que outro possa viver em e através de nossas vidas. Finalmente, nos é dito como devemos responder, de modo que esse sistema divino possa ocorrer como planejado.
            Primeiro, nossa morte espiritual está em vista, pois o texto diz: “Estou crucificado com Cristo”. Se somos crentes no Senhor Jesus, nós morremos com ele na cruz. A cruz de Cristo é nosso testemunho de júbilo, pois por aquela cruz escapamos do mundo morto da humanidade não redimida. Como diz a Escritura: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6.14). Embora a cruz seja o fim de nossa velha vida em Adão, este não é o final de nossa história. Pois “estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos” (Efésios 2.5). Por sua graça, fomos ressuscitados com Cristo. Morremos com ele, a fim de, agora, podermos viver com ele. “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos” (Romanos 6.8).
            A espantosa consequência dessas verdades é que não somos os produtores de nossa vida cristã. Pois, como nosso texto diz: “logo, não sou eu quem vive” Isto é, de fato, radicalmente contrário ao pensamento do homem natural. Se não somos nós que produzimos nossa vida com Deus, qual outra opção estaria disponível? A maravilhosa resposta é: “Cristo vive em mim”. A verdadeira vida cristã é estar em Cristo e tê-lo vivendo em e através de nossas vidas. Como isto pode ser realizado? Ainda temos uma contínua experiência humana em corpos de carne e ossos: “esse viver que, agora, tenho na carne”. Sim, porém essa vida deve ser vivida pela fé, como afirma nosso texto: “esse viver... vivo pela fé no Filho de Deus”. Quando colocamos nossa confiança em Jesus dia a dia, ele vive em e através de nossos pensamentos, nossas palavras, nossas escolhas, nossas prioridades e nossos relacionamentos.
            Novamente, esta é a graça de Deus operando por meio da humildade e fé. A humildade é expressa ao abraçarmos essa confissão: “já não sou eu quem vive”. A fé é expressa mediante a confiança nessa verdade: “Cristo vive em mim”.
            Por isso, louvemos o Deus de nossa salvação por seu magnificente plano; rendamos graças pela provisão do caminho de saída na velha vida; cantemos louvores pela provisão da nova vida; roguemos que o Senhor Jesus, o Filho de Deus, viva sua vida em nós, e nos ensine a depender dele dia a dia. Quão maravilhoso é ter essa nova vida, Cristo vivendo em mim!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Ramos na Videira, a Videira nos ramos



O relacionamento para o qual Cristo nos convida é extraordinário quanto ao tipo e natureza. Observe o que nosso Salvador diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.4-5).
            Examinamos, anteriormente, esses versículos para ver como a graça de Deus produz fruto naqueles que caminham em humildade e fé (por isso, viver pela graça). Agora, voltamos a essas palavras para considerar o relacionamento de intimidade que elas descrevem. Este é um retrato bíblico profundo acerca de nós estarmos em Cristo, e de Cristo estar em nós. Assemelha-se ao relacionamento entre uma videira e seus ramos. Jesus é a videira; nós somos os ramos, essa é a afirmação clara do texto: “Eu sou a videira, vós, os ramos.” Ele é a fonte da vida que necessitamos. Nós somos os recipientes da vida que somente ele pode conceder.
            O Senhor Jesus deseja que nós, seus ramos, sejamos frutíferos. Ele afirma em João 15.8, “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” Fruto é o resultado do desenvolvimento da vida. Os ramos não possuem esta vida em si mesmos por natureza; como declara Jesus: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira.” Os ramos devem sempre encontrar sua vida na videira. A videira, Jesus, tem vida, pois ele é a vida. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Nosso Senhor veio para compartilhar essa vida conosco em abundância; pois ele afirmou, “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10). Sua vida abundante é o que nos capacita a produzir muito fruto.
            Esta vida abundante (desenvolvimento da vida-fruto) flui do relacionamento íntimo disponível para nós em Cristo. Pense sobre o “relacionamento de união” que a videira e os ramos possuem. Os ramos procedem da videira, e estão sempre ligados à videira. A vida da videira está disponível para fluir para os ramos e por meio dos ramos. Nós procedemos de Jesus, nossa videira, visto que nascemos de novo por seu Espírito, por meio da fé em Cristo. Agora, estamos ligados a ele para sempre; como diz a Escritura, “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1 Coríntios 6.17). Dia a dia, sua vida está acessível a nós.
            Temos acesso a esta vida mediante o permanecer, visto que o Senhor diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”. Dependemos dele como a fonte de nossa vida. Ele, então, vive em nós e por nosso intermédio.
            Portanto, colocando-nos humildemente diante de Jesus, nossa videira, em oração, reconheçamos que ele é nossa única fonte de vida espiritual; confessemos as vezes em que tentamos produzir esta vida por nós mesmos, as vezes que pensamos nele como estando muito longe de nós para ouvir nossas orações; rendendo graças por ele estar, na verdade, tão perto de nós espiritualmente, como a videira está perto dos ramos; suplicando que não nos deixe esquecer-se de sua proximidade; e que expressando nosso desejo de permanecer nele dia a dia.