O tema
da ressurreição ainda não foi esgotado e, certamente, não o será nestas meditações.
Por isso, dando um passo a mais, consideremos o fato de que a ressurreição é
uma realidade para a vida cristã diária, não um conceito religioso sem vida.
Para isso, observemos a informação oferecida por Lucas no livro de Atos dos
Apóstolos. “Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o
capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e
anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos” (Atos 4.1-2).
A
ressurreição de Cristo é a diferença entre a religião morta e um relacionamento
pessoal e vivo. Viver pelo poder da ressurreição é a diferença entre o esforço
terreno e a realidade celestial. Essas diferenças podem ser vistas no contraste
entre as autoridades religiosas de Israel e os discípulos de Jesus.
Os
discípulos proclamavam ao povo a maravilhosa mensagem do Senhor Jesus
ressuscitado. O texto diz que os discípulos ensinavam ao povo e anunciavam “em
Jesus, a ressurreição dentre os mortos”. Esta mensagem enfureceu os líderes
religiosos e causou ressentimento neles. Por isso, “sobrevieram os sacerdotes,
o capitão do templo e os saduceus, ressentidos”. Hoje, muitos líderes religiosos
demonstram uma reação semelhante. No mundo religioso popular prevalece o
universalismo e o ceticismo. Cada religião é vista como mais um caminho que
leva a Deus. Tudo quanto é miraculoso é inaceitável, uma vez que o raciocínio
humano reina soberano. Em muitos círculos religiosos, a ressurreição de Jesus
Cristo é objeto de zombaria ou uma área de compromisso hipócrita.
Os
saduceus do passado eram assim. Eles falavam sobre a ressurreição, e até mesmo
a pergunta feita a Jesus parecia afirmar que Deus pode ressuscitar pessoas
dentre os mortos. Eles disseram, “Portanto, na ressurreição, de qual dos sete
será ela esposa? Porque todos a desposaram” (Mateus 22.28). Esta pergunta foi
feita após a exposição de um cenário em que sete irmãos se casaram com a mesma
mulher, mediante sete mortes e sete casamentos em sequência, em obediência a
uma prescrição da lei mosaica. Onde está o escárnio que esta pergunta
apresenta? Primeiro, ela foi feita de modo hipócrita, pois os saduceus “dizem
não haver ressurreição” (Mateus 22.23). Segundo, eles ignoraram o que as
Escrituras dizem a respeito desse assunto, quando declara: “Porque, na
ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no
céu” (Mateus 22.30). Jesus explicou que esses racionalistas religiosos
cometeram dois grandes erros em sua abordagem, a saber, “Errais, não conhecendo
as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22.29).
Aquele
que nasceu de novo pela fé no Senhor Jesus ressurreto pode cometer o mesmo erro
em sua vida diária. Ele pode falar sobre a ressurreição de Jesus, mas
comportar-se como se ela não fosse uma realidade atual para a vida cristã. Ele
pode crer no ensino bíblico sobre a ressurreição, mas não crer na atuação do
poder da ressurreição em sua vida cristã diária, nem fazer usos dos recursos
providos por esse poder. Ele pode equivocar-se “não conhecendo as Escrituras
nem o poder de Deus”
Por isso, colocando-nos diante de
nosso Pai celestial, rendamos graças por sua paciência para conosco, quando
professamos crer na ressurreição, mas vivemos por meio de nossos recursos
humanos inadequados; suplicando que nos ajude a compreender o que as Escrituras
dizem sobre a vida diária no poder da ressurreição de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário