terça-feira, 26 de julho de 2016

A ressurreição: Realidade, não religião morta



O tema da ressurreição ainda não foi esgotado e, certamente, não o será nestas meditações. Por isso, dando um passo a mais, consideremos o fato de que a ressurreição é uma realidade para a vida cristã diária, não um conceito religioso sem vida. Para isso, observemos a informação oferecida por Lucas no livro de Atos dos Apóstolos. “Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos” (Atos 4.1-2).
            A ressurreição de Cristo é a diferença entre a religião morta e um relacionamento pessoal e vivo. Viver pelo poder da ressurreição é a diferença entre o esforço terreno e a realidade celestial. Essas diferenças podem ser vistas no contraste entre as autoridades religiosas de Israel e os discípulos de Jesus.
            Os discípulos proclamavam ao povo a maravilhosa mensagem do Senhor Jesus ressuscitado. O texto diz que os discípulos ensinavam ao povo e anunciavam “em Jesus, a ressurreição dentre os mortos”. Esta mensagem enfureceu os líderes religiosos e causou ressentimento neles. Por isso, “sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos”. Hoje, muitos líderes religiosos demonstram uma reação semelhante. No mundo religioso popular prevalece o universalismo e o ceticismo. Cada religião é vista como mais um caminho que leva a Deus. Tudo quanto é miraculoso é inaceitável, uma vez que o raciocínio humano reina soberano. Em muitos círculos religiosos, a ressurreição de Jesus Cristo é objeto de zombaria ou uma área de compromisso hipócrita.
            Os saduceus do passado eram assim. Eles falavam sobre a ressurreição, e até mesmo a pergunta feita a Jesus parecia afirmar que Deus pode ressuscitar pessoas dentre os mortos. Eles disseram, “Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa? Porque todos a desposaram” (Mateus 22.28). Esta pergunta foi feita após a exposição de um cenário em que sete irmãos se casaram com a mesma mulher, mediante sete mortes e sete casamentos em sequência, em obediência a uma prescrição da lei mosaica. Onde está o escárnio que esta pergunta apresenta? Primeiro, ela foi feita de modo hipócrita, pois os saduceus “dizem não haver ressurreição” (Mateus 22.23). Segundo, eles ignoraram o que as Escrituras dizem a respeito desse assunto, quando declara: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mateus 22.30). Jesus explicou que esses racionalistas religiosos cometeram dois grandes erros em sua abordagem, a saber, “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22.29).
            Aquele que nasceu de novo pela fé no Senhor Jesus ressurreto pode cometer o mesmo erro em sua vida diária. Ele pode falar sobre a ressurreição de Jesus, mas comportar-se como se ela não fosse uma realidade atual para a vida cristã. Ele pode crer no ensino bíblico sobre a ressurreição, mas não crer na atuação do poder da ressurreição em sua vida cristã diária, nem fazer usos dos recursos providos por esse poder. Ele pode equivocar-se “não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”
            Por isso, colocando-nos diante de nosso Pai celestial, rendamos graças por sua paciência para conosco, quando professamos crer na ressurreição, mas vivemos por meio de nossos recursos humanos inadequados; suplicando que nos ajude a compreender o que as Escrituras dizem sobre a vida diária no poder da ressurreição de Cristo.

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