segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A incapacidade de Deus para mentir

            “Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda. Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta” (Hebreus 6.16-18). “Na esperança da vida eterna que o deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos” (Tito 1.2).
            Um dos benefícios de se viver confiando nas promessas de Deus está relacionado a algo que Deus não pode fazer. Ele é incapaz de mentir. Observe as expressões: “que o Deus que não pode mentir” (Tito 1.2), e “nas quais é impossível que Deus minta” (Hebreus 6.18). Essa “incapacidade/impossibilidade” de Deus, de fato, exalta sua grandeza, enquanto traz grande segurança para nós.
            Essa “incapacidade/impossibilidade” de Deus é ligada aqui a suas promessas. Nós, que vivemos pela fé, somos “herdeiros da promessa”. Herdamos as bênçãos de Deus por meio da confiança de que ele cumprirá tudo quanto prometeu. Essas promessas oferecem vida eterna e estão ancoradas “nos tempos eternos”; como está escrito: “na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos” (Tito 1.2). Agora, aqui, no tempo e no espaço, Deus deseja impressionar-nos profundamente com o caráter imutável da sua vontade, visto que a Escritura diz: “Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento” (Hebreus 6.17). Ele deseja que estejamos plenamente seguros de que ele não dirá uma coisa e, depois, mais tarde, mudará de opinião e fará outra coisa.
            A fim de prover para nós uma sólida segurança, Deus adicionou um juramento a sua promessa. As pessoas fazem juramentos na tentativa de convencer outras de sua confiabilidade. Elas juram por algo que seja superior a elas. Observe: “Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda” (Hebreus 6.16).  Contudo, “quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente, te abençoarei e te multiplicarei” (Hebreus 6.13-14). Este fato marca uma maravilhosa condescendência da parte de Deus para conosco. Podemos dizer que ele se humilhou a ponto de descer ao nosso nível (o que ele realmente fez de modo pleno na encarnação, tornando-se homem). O Senhor usa um costume humano comum a fim de conceder-nos um entendimento seguro da confiabilidade de seu compromisso para conosco.
            A segurança que recebemos por meio dessa comunicação incomum é comparada a uma dupla certeza, como está escrito, “para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta” (Hebreus 6.18).
            Por isso, colocando-nos de joelhos diante de nosso Deus, reconheçamos que frequentemente provamos nossa capacidade de mentir; adoremos ao Senhor como o Deus que não pode mentir; sejamos gratos pelo fato de suas promessas nos concederem firme segurança, e pelo fato de seu juramento produzir encorajamento em nós para confiarmos e descansarmos nele; sejamos gratos pelo fato de ele fazer tudo quanto é necessário para fortalecer nossa esperança no Senhor Jesus.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Promessas de homem ou promessas de Deus

            “Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo” (Êxodo 19.7-8).
            As promessas da antiga aliança da lei dependiam do desempenho do homem. Observe o que a Escritura afirma: “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor” (Levítico 18.5). As promessas superiores da nova aliança da graça dependem do desempenho de Deus. Como está escrito, “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31.31-33).
            Quando o homem tenta viver sob a lei (por meio da necessidade de cumprir dos padrões de Deus mediante recursos humanos), ele basicamente tenta viver com base em suas promessas a Deus. Israel é um vívido exemplo dessa tendência fútil. Observe o que Israel prometeu; “Tudo o que o Senhor falou faremos” (Êxodo 19.8). Esta promessa bem-intencionada a Deus foi quebrada de modo consistente e contínuo. As palavras de Moisés são uma dolorosa acusação acerca da inutilidade de basear nossa vida com Deus em nossas promessas a ele. Note atentamente, “Rebeldes fostes contra o Senhor, desde o dia em que vos conheci” (Deuteronômio 9.24).
            O desejo de obedecer a Deus de modo apropriado reside dentro do coração de seus filhos, mas o melhor caminho para a obediência deve ser encontrado em confiar em algo melhor do que em nossas promessas a Deus. Esse caminho melhor é o caminho da graça, a qual oferece uma vida baseada nas promessas de Deus ao homem. Observe com atenção o que Deus promete na Escritura: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei com que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ezequiel 36.26-27).
            Devemos viver mediante as promessas que Deus faz a nós (em vez de mediante as promessas que fazemos a ele). Viver com base nas promessas de Deus produz uma confiança crescente no Senhor, uma confiança que é consequência de seu caráter único; pois está escrito: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Números 23.19). O homem pode fazer promessas a Deus, mas, eventualmente, ele falhará em cumpri-las. Deus não é igual ao homem. Deus é fiel a sua palavra. Ele não mente, não muda de opinião ou de ideia. O que ele diz, ele fará! Podemos confiar plenamente nas promessas de Deus que encontramos nas Escrituras.
            Portanto, em oração diante do Senhor, Deus da verdade, supliquemos seu perdão por nossas múltiplas tentativas de desenvolver a caminhada cristã mediante as promessas que fizemos a ele, reconhecendo o quão frequentemente temos falhado; apropriemo-nos da jubilosa opção que o Deus da graça nos oferece, a opção de vivermos mediante as promessas que ele faz a nós; e sejamos agradecidos por ele nos ensinar a como pensar e viver desse novo modo.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Promessas superiores sob a graça


            “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8.6).
            De todos os modos a nova aliança da graça é uma aliança superior a antiga aliança da lei. Observe atentamente o que a Escritura diz: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança” Alguns dos aspectos superiores de se viver sob a graça incluem: um sumo sacerdote superior para ministrar a nós, um sacrifício superior pelos pecados, uma intimidade superior com Deus e uma imagem espiritual real em vez de meras sombras. Outro aspecto superior da graça é este: “superior aliança estabelecida com base em superiores promessas”. Continuaremos a dar atenção a essa excelente realidade por muitos dias.
            Sob a antiga aliança da lei, uma promessa básica é repetidamente declarada. Ela está presente na ocasião em que a lei foi dada pela primeira vez, quando os filhos de Israel foram libertos da escravidão do Egito. Está escrito, “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor” (Levítico 18.5). Ele esteve presente quando a lei foi novamente dada a Israel, quando ele se preparava para entrar na terra prometida. Lemos em Deuteronômio, “Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações” (28.1). Nessa ocasião, uma promessa adicional de advertência foi feita. Observe com atenção o que o Senhor diz: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão” (Deuteronômio 28.15).
            As promessas básicas da lei podem ser resumidas da seguinte forma: “Faça isto e viverás”. As promessas sob a lei são contingentes ou condicionais ao cumprimento do homem. Se um homem for capaz de guardar a lei, as promessas de vida e bênção serão cumpridas. Contudo, os filhos de Israel demonstraram a incapacidade do homem de atender aos padrões da santa lei de Deus. Como está escrito, “Mas também os filhos se rebelaram contra mim e não andaram nos meus estatutos, nem guardaram os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles; antes, profanaram os meus sábados. Então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a minha ira no deserto” (Ezequiel 20.21).
            As promessas sob a graça são imensuravelmente superiores às promessas sob a lei, porque elas não dependem das realizações humanas. Visto que a Escritura diz: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31.31-34).
            Tendo isso em mente, nos coloquemos em oração diante de nosso amado Deus e Senhor, regozijando-nos na nova aliança da graça, reconhecendo quão maravilhoso é viver sob as promessas que não dependem de nossa capacidade de realização; e colocando nossa plena confiança em Cristo para o cumprimento dessas promessas em nossas vidas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Mais sobre imagem real, não sombras, sob a graça


“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” (Hebreus 10.1). “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida ou bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2.16-17).
            Da mesma forma como uma sombra que se aproxima aponta para a chegada da pessoa que lança a sombra, assim a lei apontava para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Jesus (com sua graça abundante) é a imagem real que a lei prefigura. “O corpo é de Cristo”. Jesus é o único que produz os “bens vindouros”.
            Um desses “bens vindouros” que Jesus produz por sua graça é o pleno “descanso” visto na sombra do Sabbath (sábado/domingo, dia do descanso). A lei de Deus requer um dia de descanso por semana para seu povo. Como está escrito, “Lembra-te do dia de sábado (de descanso), para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado (descanso) do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, no sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado (descanso) e o santificou” (Êxodo 20.8-11). “Seis dias trabalharás, porém o sétimo dia é o sábado do repouso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia de sábado fizer alguma obra morrerá” (Êxodo 31.15). Essa sombra proveu o descanso físico regular para os israelitas. Contudo, ele ilustrava o descanso real (o verdadeiro descanso espiritual) que Jesus traz para nós. Como afirmam as Escrituras, “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30). Jesus é, agora, o Sabbath de descanso diário para todo aquele que humildemente depende dele. Como está escrito: “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus nos tem dito” (Hebreus 4.3).
            Outro “bem vindouro” que Jesus provê por sua graça é a plena comunhão que é prefigurado no Tabernáculo do Antigo Testamento. O Tabernáculo revela o desejo de Deus de habitar entre os homens. Observe o que a Escritura diz: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo fareis” (Êxodo 25.8-9). Essa elaborada tenda portátil devia ser estabelecido no meio de seu povo. A determinação de Deus quanto a isso foi: “Mas incumbe tu os levitas de cuidarem do tabernáculo do Testemunho, e de todos os seus utensílios, e de tudo o que lhe pertence; eles levarão p tabernáculo e todos os seus utensílios; eles ministrarão no tabernáculo e acampar-se-ão ao redor dele” (Números 1.50). Os sacerdotes da tribo de Levi deveriam circundar o Tabernáculo, e as demais tribos deveriam acampar ao redor deles. Isto é uma sombra importante: Deus habitando no meio de seu povo. Todavia, algo muito mais real que essa sombra é cumprida em Cristo. Pois a Escritura diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14). Agora, esse mesmo Jesus fez a igreja coletivamente, e nossas vidas individualmente, o tabernáculo de sua presença entre os homens! Como diz a Escritura: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Coríntios 3.16). “E, assim, habite Cristo, no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor” (Efésios 3.17).
            Tendo essas coisas em mente, coloquemo-nos de joelhos diante de nosso Senhor Jesus Cristo, louvando-o por vir habitar em nossa vida por sua graça, mediante a fé; e esperando nele, agora, pelo descanso diário que nossa alma cansada necessita desesperadamente.