“E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o amparo; o Senhor é conosco; não os temais” (Números 14.6-9).
Podemos encontrar, por todo o Antigo
Testamento, exemplos de pessoas vivendo pela graça de Deus. Pode ser que eles
não foram capazes de descrever suas experiências em termos de graça. Todavia,
sua confiança em Deus, no sentido de Deus trabalhar em seu favor, é tão válida
quanto a nossa. Viver pela graça envolve em ação na vida das pessoas. Embora
elas tenham nascido sob a lei, elas não viveram por meio da lei. A lei não
fornecia recursos para a vida. Sem Deus estar em ação, o único recurso provém
da carne, da suficiência natural humana. E esta suficiência humana sempre é
inadequada para se viver como Deus propõe. Josué e Calebe foram dois homens que
compreenderam que esta suficiência de Deus (sua graça) era a única esperança
confiável.
Doze israelitas tinham retornado da
espionagem da Terra Prometida. Dez deles tinham uma perspectiva similar, a
saber, “Relataram a Moisés e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e,
verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela. O povo, porém, que
habita nessa terra é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas; também
vimos ali os filhos de Anaque. [...] Porém os homens que com ele tinham subido
disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que
nós” (Números 13.27-28, 31. Seu relatório negativo estava baseado no que eles
viram, a avaliação levou em conta seus recursos próprios. Mediante essa
avaliação, eles concluíram: “Não poderemos subir contra aquele povo”. Eles
estavam comparando dois conjuntos de recursos humanos, visto que disseram: “porque
é mais forte do que nós”.
Josué e Calebe ficaram profundamente aflitos
por causa dessa avaliação inadequada. A Escritura diz: “E Josué, filho de Num,
e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas
vestes” (Números 14.6). Eles sabia que a perspectiva dos dez espias ignorava o
que Deus tinha prometido e o que Deus podia fazer. Observe o que eles dizem:
“Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la
dará, terra que mana leite e mel” (Números 14.8). Josué e Calebe compreenderam
que este relatório da maioria, o qual era baseado na visão humana e nas
capacidades humanas, de fato, era uma forma de rebelião contra o Senhor. Por
isso, disseram: “Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o
povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o
amparo” (Números 14.9). A rebelião dos dez espias estava em ter medo do homem e
em não confiar em Deus. Todos os filhos de Israel precisavam ser lembrados de
que o Senhor estava comprometido com eles; por isso, Calebe e Josué
acrescentam: “O Senhor é conosco; não os temais” (Números 14.9). O Senhor
desejava e era capaz de dar-lhes a terra.
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