sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Mais sobre Davi confessando o Senhor como o seu Deus

            É necessário meditar um pouco mais sobre o modo como Davi confessa o Senhor como o seu Deus. Para isso, atentemos a suas palavras: “Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. [...] Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu. […] Não me desampares, Senhor, Deus meu, não te ausentes de mim” (Salmo 38. 4-6, 15 e 21).

            Quando as lutas assolavam com sofrimento e crueldade, Davi aproveitava da graça de Deus mediante o confessar humildemente o Senhor como o seu Deus. Ele assim testifica: “Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida. Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o meu Deus” (Salmo 31.13-14). Então, Davi adiciona: “Nas tuas mãos, estão os meus dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores” (Salmo 31.15). Davi sabia que todos os seus dias estavam nas mãos de seu Deus soberano. Davi demonstrou essa dependência completa do Senhor em todos os tipos de situações, não apenas durante as traições agonizantes que enfrentou.

            Quando Davi experimentava tempos de fracasso e pecado pessoais, ele voltava-se para o Senhor, seu Deus, dizendo: “Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças” (Salmo 38.4). O senso de culpa de Davi devido a seus pecados o subjugava como um poderoso dilúvio e o esmagava como um peso insuportável. Ele diz mais: “Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo” (Salmo 38.5-6). Isto deixava Davi angustiado, grandemente oprimido e continuamente aflito. Assim, com um coração quebrantado e arrependimento humilde, ele confessava o Senhor como seu Deus, dizendo: “Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu. […] Não me desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim” (Salmo 38.15, 21).

            Davi confessou o Senhor como o seu Deus em outras ocasiões. Quando ele esteve doente e perto da morte, ele voltou-se para o Senhor, confessando-o como o seu Deus, dizendo: “Senhor, Deus meu, clamei a ti por socorro, e tu me saraste. Senhor, da cova fizeste subir a minha alma; preservaste-me a vida para que não descesse à sepultura” (Salmo 30.2-3). Quando Davi esteve humildemente consciente de sua falta inata de bondade, ele também confessou o Senhor como o seu remédio. Como está escrito: “Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refúgio. Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente” (Salmo 16.1-2). Por outro lado, quando Davi desfrutou abundante e alegremente da bondade do senhor, ele também confessou o Senhor como o seu deus, dizendo: “São muitas, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar” (Salmo 40.5).

            De igual modo, em oração diante de nosso Senhor, reconheçamos que o Senhor é o nosso Deus, também; reconheçamos que em muitas situações não o temos como o nosso Deus; supliquemos que ele nos ensine a confessá-lo como o nosso Deus em toda e qualquer circunstância (quer de pecado pessoal, quer de enfermidade, quer de humilhação ou de gozo abundante da bondade); supliquemos que, em qualquer lugar onde estejamos e em qualquer coisa que nos sobrevenha, ele nos dê olhos para ver que o Senhor é o nosso Deus que administra os nossos dias de modo amoroso e poderoso.

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