É necessário meditar um pouco mais sobre o modo como Davi confessa o Senhor como o seu Deus. Para isso, atentemos a suas palavras: “Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. [...] Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu. […] Não me desampares, Senhor, Deus meu, não te ausentes de mim” (Salmo 38. 4-6, 15 e 21).
Quando as lutas assolavam com sofrimento
e crueldade, Davi aproveitava da graça de Deus mediante o confessar
humildemente o Senhor como o seu Deus. Ele assim testifica: “Pois tenho ouvido
a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim,
tramam tirar-me a vida. Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o
meu Deus” (Salmo 31.13-14). Então, Davi adiciona: “Nas tuas mãos, estão os meus
dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores” (Salmo
31.15). Davi sabia que todos os seus dias estavam nas mãos de seu Deus
soberano. Davi demonstrou essa dependência completa do Senhor em todos os tipos
de situações, não apenas durante as traições agonizantes que enfrentou.
Quando Davi experimentava tempos de
fracasso e pecado pessoais, ele voltava-se para o Senhor, seu Deus, dizendo:
“Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos
pesados, excedem as minhas forças” (Salmo 38.4). O senso de culpa de Davi
devido a seus pecados o subjugava como um poderoso dilúvio e o esmagava como um
peso insuportável. Ele diz mais: “Tornam-se infectas e purulentas as minhas
chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido,
ando de luto o dia todo” (Salmo 38.5-6). Isto deixava Davi angustiado,
grandemente oprimido e continuamente aflito. Assim, com um coração quebrantado
e arrependimento humilde, ele confessava o Senhor como seu Deus, dizendo: “Pois
em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu. […] Não me
desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim” (Salmo 38.15, 21).
Davi confessou o Senhor como o seu
Deus em outras ocasiões. Quando ele esteve doente e perto da morte, ele
voltou-se para o Senhor, confessando-o como o seu Deus, dizendo: “Senhor, Deus
meu, clamei a ti por socorro, e tu me saraste. Senhor, da cova fizeste subir a
minha alma; preservaste-me a vida para que não descesse à sepultura” (Salmo
30.2-3). Quando Davi esteve humildemente consciente de sua falta inata de
bondade, ele também confessou o Senhor como o seu remédio. Como está escrito:
“Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refúgio. Digo ao Senhor: Tu és o meu
Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente” (Salmo 16.1-2). Por outro
lado, quando Davi desfrutou abundante e alegremente da bondade do senhor, ele
também confessou o Senhor como o seu deus, dizendo: “São muitas, Senhor, Deus
meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco;
ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar,
mas são mais do que se pode contar” (Salmo 40.5).
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